ATA DA SEXAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 20.08.1999.

 


Aos vinte dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze minutos foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Alberto Garcia, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maristela Maffei, Renato Guimarães e Sônia Santos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Hélio Corbellini, João Bosco Vaz, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Tereza Franco. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Sexagésima Sessão Ordinária, que deixou de ser votada face à inexistência de "quorum" deliberativo. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Antônio Losada, o Projeto de Lei do Legislativo nº 129/99 (Processo nº 2626/99); pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, 03 Pedidos de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 04 Pedidos de Providências; pelo Vereador Pedro Américo Leal, o Projeto de Lei do Legislativo nº 122/99 (Processo nº 2524/99). Ainda, foi apregoado o Ofício nº 435/99, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 22/99 (Processo nº 2682/99). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 409 e 438/99, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 36/99, da Senhora Maria Otília K. Suzin, Presidenta do Conselho Municipal de Educação de Porto Alegre - CME-POA; 234/99, do Senador Roberto Freire; Comunicado nº 3154/99, da Senhora Mônica Massenberg Guimarães, Secretária-Executiva do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença do Deputado Federal Henrique Fontana. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, aos Senhores Sérgio Amaral e Amauri Donato de Carvalho, representantes da Associação Comunitária dos Moradores do Jardim Monte Carlo - ASCOMOJAMCA, que analisaram dados relativos ao Projeto de Lei do Legislativo nº 30/99, que propõe a regulamentação do Programa de Orçamento Participativo de Porto Alegre, manifestando-se contrariamente a esse Projeto e defendendo a manutenção da atual sistemática de trabalho do Orçamento Participativo como forma de garantia de seu efetivo funcionamento. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou informações sobre as normas regimentais que vedam a realização de manifestações nas galerias do Plenário, tendo os Vereadores Isaac Ainhorn e Guilherme Barbosa, através de Questões de Ordem, manifestado-se a respeito. Também, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre a condução dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn teceu considerações a respeito do Projeto de Lei do Legislativo nº 30/99, destacando que a autonomia concedida por esse Projeto ao Orçamento Participativo de Porto Alegre viabilizará o aperfeiçoamento técnico desse Programa e o exercício pleno da democracia representativa pela população da Cidade. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Carlos Nedel, Clênia Maranhão, Guilherme Barbosa, Luiz Braz e Elói Guimarães manifestaram-se acerca do tema tratado durante a Tribuna Popular. Ainda, os trabalhos estiveram suspensos das nove horas e cinqüenta e dois minutos às nove horas e cinqüenta e três minutos, nos termos regimentais. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Hélio Corbellini, afirmando ser o Orçamento Participativo a melhor forma de participação comunitária na gestão pública, comentou a necessidade de ampliação dos meios de manifestação popular na tomada de decisões políticas e salientou a importância de que as entidades que integram o Orçamento Participativo tenham sua autonomia respeitada. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento da Vereadora Sonia Saraí, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Giovani Gregol, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cláudio Sebenelo, ao analisar os conceitos de democracia direta e participativa, apoiou a aprovação do Projeto de Lei do Legislativo nº 30/99, ressaltando a necessidade de implementação de normas que garantam o funcionamento do Orçamento Participativo independentemente do partido político que esteja no comando do Poder Executivo. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença da Senhora Sofia Cavedon, Secretária Municipal Substituta da Educação, da Senhora Margarete Moraes, Secretária Municipal da Cultura, e do Senhor Ricardo Lima, da Secretaria Municipal da Cultura. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei comentou dados relativos à sistemática de funcionamento do Programa de Orçamento Participativo de Porto Alegre e repudiou a proposta de regulamentação constante no Projeto de Lei do Legislativo nº 30/99, afirmando que esta iniciativa busca vincular o funcionamento desse Programa ao Poder Legislativo. O Vereador Luiz Braz defendeu a institucionalização do Programa de Orçamento Participativo de Porto Alegre, destacando a necessidade de que sejam adotadas medidas que garantam a autonomia do funcionamento desse Programa em relação à orientação política adotada pelo Poder Executivo. Também, condenou os gastos efetuados pela Prefeitura Municipal com propaganda institucional. O Vereador João Dib teceu críticas à atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Executivo Municipal, afirmando ter sido ilegítimo o aumento promovido nos percentuais de verbas destinadas à publicidade. Ainda, declarou haver irregularidades na compra, pela Prefeitura Municipal, da área onde hoje está situado o Jardim Leopoldina e na aquisição de imóvel localizado na Rua dos Andradas. A seguir, o Vereador Nereu D'Ávila formulou Requerimento verbal, solicitando fossem fornecidas cópias do pronunciamento do Vereador João Dib aos Senhores Sérgio Amaral e Amauri Donato de Carvalho, Requerimento este deferido pelo Senhor Presidente após a anuência do Orador. Às dez horas e quarenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dez horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de “quorum”. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 101, 120 e 125/99, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 11 e 10/99, este discutido pelo Vereador Cyro Martini, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 02/99, o Projeto de Resolução nº 43/99; em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 34/99, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 64/99, este discutido pelo Vereador Elói Guimarães, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 112, 116, 118, 119, 121 e 79/99, este discutido pelos Vereadores Adeli Sell e Renato Guimarães, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 07, 08 e 09/99, os Projetos de Resolução nºs 30, 31 e 37/99, os Projetos de Lei do Executivo nºs 11, 15, 17, 18, 19, 20 e 21/99; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 96, 97, 98, 103, 104, 105, 106, 109, 110, 111, 113, 114, 115 e 102/99, este discutido pelo Vereador Isaac Ainhorn, os Projetos de Resolução nºs 32, 33, 34, 35, 41 e 29/99, este discutido pelo Vereador Isaac Ainhorn. Na ocasião, o Senhor Presidente informou que o Senhor José Fortunati, Vice-Prefeito Municipal, encontrava-se na Casa a fim de proceder à entrega de Projeto de Lei que institui sistema de previdência social no Município de Porto Alegre. Também, registrou o transcurso, hoje, do aniversário da funcionária Márcia Regina Schwertner, Chefe da Sessão de Registros e Anais deste Legislativo. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Adeli Sell, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Foi aprovado o Requerimento nº 170/99 (Processo nº 2466/99 - Período de Comunicação destinado a homenagear a passagem do sexagésimo segundo aniversário da empresa Zamprogna), de autoria do Vereador Gilberto Batista. Foi aprovado o Requerimento nº 180/99 (Processo nº 2633/99 - Autorização para representar a Casa em debate sobre "Direitos Autorais Musicais - Arrecadação e Distribuição", a ser realizado no dia vinte e sete de agosto do corrente, na cidade de Canela/RS), de autoria do Vereador Adeli Sell. Foram aprovados os seguintes Requerimentos: de autoria do Vereador Cyro Martini, solicitando retirada de tramitação da Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 31/98 (Processo nº 2798/98); de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando retirada de tramitação da Emenda nº 07 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 31/98 (Processo nº 2798/98); de autoria do Vereador João Bosco Vaz, solicitando retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 77/99 (Processo nº 1905/99); de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando retirada de tramitação dos Projetos de Lei do Legislativo nºs 94/97 e 176/98 (Processos nºs 1524/97 e 3420/98, respectivamente); de autoria do Vereador Nereu D'Ávila, solicitando retirada de tramitação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 10/98 (Processo nº 1745/98). A seguir, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Renato Guimarães, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nºs 92 e 149/98. Foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando fosse a Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 159/98 dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 159/98 e as Emendas nºs 01 e 02 a ele apostas, após ser discutido pelo Vereador Renato Guimarães e encaminhado à votação pelos Vereadores Cyro Martini, Elói Guimarães, João Dib, Clênia Maranhão, Paulo Brum e Reginaldo Pujol. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Executivo nº 01/99 e a Mensagem Retificativa a ele aposta, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Cyro Martini, Elói Guimarães e João Dib. Na oportunidade, foi apregoado o Projeto de Resolução nº 48/99 (Processo nº 2676/99), de autoria da Vereadora Maristela Maffei. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi apregoado o Projeto de Lei do Legislativo nº 36/99, que teve suspensa sua discussão face à inexistência de "quorum", tendo o Vereador Reginaldo Pujol, através de Questão de Ordem, manifestado-se a respeito. Às doze horas e vinte e três minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Juarez Pinheiro, Paulo Brum e Adeli Sell e secretariados pelos Vereadores Adeli Sell e Paulo Brum, este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Com muita honra para esta Casa, registramos a presença, neste Plenário, do Deputado Federal Henrique Fontana que foi, por mais de uma legislatura, brilhante Vereador nesta Casa.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

Serão oradores, para falar durante cinco minutos cada um, os Senhores Sérgio Amaral e Amauri Donato de Carvalho, representando a Associação Comunitária dos Moradores do Jardim Monte Carlo.

Esta Casa sente-se honrada com a presença tão significativa de movimento social desta Cidade.

O Sr. Sérgio Amaral está com a palavra.

 

O SR. SÉRGIO AMARAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sou Conselheiro do Orçamento Participativo e vou dividir o tempo destinado à Tribuna Popular com o colega Amauri Donato de Carvalho.

Vou ler, agora, o que consta no manifesto do Conselho Participativo:

“Estamos aqui para dizer aos ilustres Vereadores das nossas razões em discordar do Projeto encaminhado à Câmara, em abril deste ano, que propõe a regulamentação do Orçamento Participativo Municipal.

Diz o Vereador, em sua Exposição de Motivos, que ‘o Projeto de Lei objetiva, basicamente, preencher esse vazio legal, a fim de que seja perpetuado em sua plenitude em nossa Cidade’. Baseado nesses motivos, seria de se esperar que o Vereador encaminhasse um Projeto que realmente perpetuasse o Orçamento Participativo em sua plenitude, certo? Errado! Justamente naquilo que o Orçamento mais tem a oferecer à comunidade, que são os investimentos, o Vereador quer restringir a 50%. Cabe perguntar: Que plenitude será essa? Ou, ainda: Não quererá o Vereador ‘preencher esse vazio legal’ com os 50% restantes? O que importa é que um dos princípios básicos desse Projeto está sendo ferido, qual seja, o de não mantê-lo na sua plenitude, e quando são feridos os princípios, há que se questionar muito os meios e os fins.

Também quer o Vereador impor ou garantir a participação de associações com vagas permanentes nos fóruns de delegados. Ora, hoje, qualquer associação de moradores que estiver organizada, só não participa do Orçamento Participativo se não quiser. Portanto, cadeira cativa não é compatível com a natureza do processo atual. Sendo assim, cabe novamente, a pergunta: Que plenitude será essa? Quer, ainda, o Vereador, nos artigos 2º e 3º do seu Projeto original, a participação do Legislativo na elaboração do Orçamento e do Plano de Obras do Município. Aqui, nos parece haver uma inversão de competências, ou seja: quem deve legislar agora irá executar?

Por tudo isso, nos parece que o Projeto em questão, ainda que sofra alterações, e nós sabemos que existem alterações, não terá apoio popular, pois o simples argumento de preencher vazio legal, não convence mais a população deste País, que sabe que a existência de lei não é garantia de sua aplicação. E mais, é surpreendente que um homem público defenda idéias antipopulares, que significam retrocesso em relação à situação atual.”

Este Conselheiro que vos fala não é partidário do PT e muito menos militante de partido político, porém é necessário reconhecer que este Governo, como nenhum outro, através dos seus Prefeitos e Secretários, abriu as portas da Prefeitura Municipal para a população, dividiu o poder de decisão com os cidadãos e, pelo menos duas vezes por ano, qualquer morador de qualquer bairro ou vila da Cidade pode olhar nos olhos do Prefeito e dizer-lhe o que pensa, criticá-lo ou elogiá-lo.

E, aqui, quero abrir um parêntese para um depoimento pessoal: a gente, quando chega nos quarenta anos, acha que já sabe muito. Eu tenho quarenta e dois anos e já participei de diversos movimentos coletivos, já votei várias vezes, já participei do movimento das Diretas e nunca, em nenhuma dessas atividades, a minha cidadania foi tão despertada como nesse processo do Orçamento. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito aos companheiros da assistência que, cumprindo o Regimento, não se manifestem nas intervenções, sejam dos oradores ou dos Parlamentares. Eu agradeço a colaboração.

 

O SR. SÉRGIO AMARAL: Essa atividade do Orçamento desperta em nós o sentimento de que podemos mudar as coisas, estimula a nossa consciência social e é isso que ocorreu com este orador.

Fechando o parêntese, continuo a leitura: “Para nós, que desempenhamos um papel bastante crítico neste processo, estas razões, por si só, já significam um grande avanço. Porém, o Orçamento Participativo vai mais além. Ali, o cidadão comum é importante, suas decisões são respeitadas e sua participação traz resultados quase que imediatos. Existem falhas? Claro que sim! Mas, diferentemente de outras esferas públicas, no Orçamento Participativo todos os anos podemos corrigi-las. Isto faz com que o processo se torne cada vez mais rico e interessante.

Por isso, defendemos que a regulamentação do Orçamento Participativo deva permanecer com a população, nos fóruns comunitários. Assim, o processo pode ser mais dinâmico do que se regulamentado em lei pela Câmara, que é um fórum político, onde a participação popular é restringida já no seu Regimento, e portanto, as mudanças serão mais lentas e atreladas aos interesses político-partidários do que na forma atual.

Porém, acreditamos na democracia representativa e precisamos do Legislativo na fiscalização das atividades do Executivo. Dentro desta visão, queremo-nos colocar como parceiros desta Casa no sentido de colaborar com todos os Vereadores que queiram ouvir nossas opiniões na construção dos seus Projetos, sobretudo naqueles que proponham mudanças positivas no sentido de enriquecer este processo, assim como esperamos contar com a colaboração de V. Exas. para refutar aqueles que não contemplem o interesse da população.

Agora estamos acostumados a participar das decisões, por isso acreditamos não haver mais espaço para políticos e projetos que não considerem nossas opiniões e, principalmente, para aqueles que proponham restringir a participação popular. Finalmente, cabe informar aos Vereadores que no Conselho do Orçamento Participativo há uma posição de que o mesmo deva estar sempre independente do Governo e cada vez mais próximo da população, principalmente daquela que não participa do Orçamento para, desta forma, mostrar que este é um processo legítimo, democrático e, por isso, é de todos os cidadãos de Porto Alegre e não apenas da sociedade organizada.

Portanto, não será uma lei que irá garantir o Orçamento Participativo para nossa Cidade, mas, sim, a certeza que todos já temos, que é com a força da participação popular que se conquistarão, dia-a-dia, melhores condições de vida para todos os porto-alegrenses. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, vou invocar o princípio constitucional da igualdade de todos perante a lei e apelar a V. Exa. para que permita as palmas da audiência. Se os Vereadores podem aplaudir, não há por que outras pessoas não possam aplaudir. Invoco o princípio constitucional.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, V. Exa. já usou desse artifício na outra Sessão. Não estou concedendo tempo a V. Exa. e não vou dialogar!

 

O SR. GUILHERME BARBOSA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tentando superar essa discussão, este Vereador já apresentou uma proposta de modificação do nosso Regimento para que as palmas sejam permitidas. Enquanto isso, V. Exa., como Presidente da Sessão, tem a obrigação de fazer cumprir o Regimento, assim como o Ver. Isaac Ainhorn fazia quando era o Presidente, e fazia certo. Agora está tramitando um Projeto para modificar isso, permitindo as palmas, mas, neste momento, V. Exa. tem toda a razão.

 

O SR. PRESIDENTE: Obrigado, Vereador, pela sua colaboração.

O Sr. Amauri Donato de Carvalho está com a palavra.

 

O SR. AMAURI DONATO DE CARVALHO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, antes que eu comece meu discurso, gostaria de reforçar o pedido, como liderança comunitária, de que se permita a manifestação das pessoas que vêm a esta Casa. Sou Conselheiro do Orçamento Participativo da Região Centro, morador da Vila Planetário, tão conhecida de todos nós por ter sido a primeira obra habitacional do Orçamento Participativo de Porto Alegre.

Do passado importante, construído por nós, queremos resgatar a necessidade de avançar no direito inalienável de sermos mais cidadãos, exercendo, através da democracia direta, o que queremos e o que achamos que é mais importante para nós.

Nas reuniões plenárias da primeira e segunda rodadas do calendário do Orçamento Participativo, milhares de moradores de todas as regiões da Cidade se reúnem para eleger seus representantes, centenas de delegados e os oitenta e oito membros que compõem o Conselho do Orçamento Participativo.

Esses Conselheiros, que se reúnem mais de uma vez por semana, trocam idéias e se organizam no sentido de bem atender os anseios das comunidades que representam e dar retorno de sua atuação para os delegados e para a comunidade que os elegeu.

O regimento interno é nossa regulamentação, que a cada ano é discutida, debatida e analisada pelas regiões e pelo fórum, que existe há dez anos, onde existem normas, regras, fiscalização das obras e da participação. Com todas essas informações relatadas, de que são conhecedores os Srs. Vereadores, ainda não sabemos realmente qual a intenção desse Projeto. Por isso, somos defensores intransigentes de que se mantenha como está o Orçamento Participativo, pois é um processo bem sucedido, que administramos com competência. Sabemos que ainda não é perfeito nem acabado, mas que é reconhecido e implementado em muitas cidades do mundo.

Com a preparação sistemática do Conselho do Orçamento com as comunidades, jamais poderíamos acreditar que apenas dois membros do Governo, que fazem parte do fórum, poderiam, mesmo que quisessem, manipular e convencer oitenta e oito pessoas adultas a se desviarem das metas construídas durante todo o ano, etapa por etapa. A não ser que se julgue que esses oitenta e oito conselheiros são alienados, incapazes de pensar e de tomar suas próprias decisões.

Com toda essa compreensão, muito justo será que nós mesmos possamos construir por inteiro esse processo, desde a eleição, fiscalização e realização das obras.

Finalmente, solicitamos aos nobres Vereadores que nos ajudem a buscar mais recursos junto aos órgãos competentes para que juntos possamos fazer cumprir a Lei Orgânica do Município, Lei Maior, da qual foram os elaboradores, responsáveis, pelo que somos eternamente gratos. No art. 116 fica garantida a participação da comunidade, a partir das regiões do município, nas etapas de elaboração, definição e acompanhamento da execução do Orçamento Público Municipal. Assim como no art. 97, da soberania participativa popular. A soberania popular se manifesta e será exercida, entre outros itens, pela iniciativa popular, pela Tribuna Popular e, principalmente, pela ação fiscalizadora sobre a Administração Pública. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Quero agradecer a colaboração dos companheiros do Orçamento Participativo que, tendo entendimento sobre o que vamos discutir hoje aqui, é o mérito dessa iniciativa revolucionária, estão colaborando no sentido de manter a ordem e o bom funcionamento desta Sessão.

Convidamos o segundo orador para integrar a Mesa dos trabalhos, Sr. Amauri de Carvalho.

Abrimos espaços para as Bancadas manifestarem-se durante um período de dois minutos.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, devido à necessária imparcialidade que a Mesa tem que impor ao ambiente, solicitaria - é uma solicitação pessoal - de que qualquer manifestação da Mesa não fosse adjetivada.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, eu sei bem o que é substantivo e o que é adjetivo. Estou cumprindo o que preceitua o Regimento.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: Não estou-lhe chamando à atenção!

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, não vou dialogar com V. Exa.

Não havendo nenhuma Bancada que queira se inscrever, o Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Comunicação de Líder, pela Bancada do PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, distinta audiência de lideranças comunitárias que nesta manhã prestigiam a Sessão da Câmara Municipal. Queremos, antes de mais nada, dizer e reafirmar da tribuna desta Casa, o nosso compromisso e o nosso reconhecimento à prática do Orçamento Participativo.

Queremos expressar que os Vereadores que têm trabalhado neste assunto e eu como autor da iniciativa da regulamentação deste Projeto, queremos aperfeiçoá-lo, melhorá-lo e é por isso que o apresentamos nesta Casa. Se uma crítica como foi feita de que apenas 50%, diz o nosso Projeto, seria ao Orçamento Participativo, nós já assumimos um compromisso de, a qualquer momento, ingressar com uma Emenda dizendo que seja 100%, mas que seja 100% efetivamente, porque há obras que são nominadas como do Orçamento Participativo que são obras normais e institucionais da Prefeitura Municipal. A exemplo disso, a visitada ontem pelo Sr. Prefeito Municipal Raul Pont, que é o Mercado Público do Bom Fim. Essa obra, naquilo de importante não foi ouvida a comunidade daquele bairro e não teve a participação do Orçamento Participativo, embora, pudesse ser arrolada como integrada ao Orçamento.

Nós queremos mais, a nossa preocupação em regulamentar o Orçamento, de criar uma lei dinâmica, a exemplo do Conselho Tutelar, com autonomia, porque nós entendemos que a gestão, a estrutura de organização plena, inclusive a autonomia financeira do Orçamento Participativo se dá com a autonomia do movimento comunitário.

Na época getuliana, havia uma crítica muito grande ao movimento sindical, que era criticado por ser atrelado ao Governo, por parte inclusive de alguns companheiros do PT. Hoje nós afirmamos: nós queremos um movimento comunitário plenamente autônomo, e não atrelado a qualquer estrutura do Governo Municipal. E o nosso pensamento se inspira justamente, também, em Vereadores que apresentaram Projetos de regulamentação do Orçamento Participativo. Um Vereador do PT, Ver. Clovis Ilgenfritz, já fez apresentação de um Projeto sobre a regulamentação do Orçamento Participativo. Em marco de 1993, o então Prefeito Tarso Genro, era candidato à Prefeitura de Porto Alegre, e propôs na reunião do Orçamento, conforme informações que nos chegaram, no Salão Nobre da Prefeitura, a regulamentação do Orçamento Participativo em nossa Cidade. Falou aos Conselheiros que os Vereadores não queriam a regulamentação do Orçamento, porque os Conselheiros estavam tirando os seus espaços junto às comunidades. Nós não concordamos com isto. Nós reconhecemos que há a possibilidade de uma harmonia plena entre a democracia participativa expressa pelo Orçamento Participativo e o trabalho dos Vereadores. Ele pediu aos Conselheiros que recolhessem quarenta mil assinaturas de apoio ao Projeto que ele regulamentaria como Projeto de Emenda Popular e, se ganhasse a eleição, seria mais fácil encaminhar a proposta. Foram recolhidas vinte mil assinaturas, ele ganhou a eleição e, no entanto, não foi regulamentado o Orçamento Participativo. Aqui temos inclusive em mãos o Projeto de Lei de iniciativa popular onde foram colhidas cerca de vinte mil assinaturas, ali estava presente. Nesta folha que recebemos do Projeto de Lei de iniciativa popular havia Fórum do Orçamento Participativo, UAMPA, União de Vilas da Grande Cruzeiro, União de Vilas da Zona Leste, Conselho Popular do Partenon, Conselho Popular da Zona Norte, Conselho Popular da Glória, Conselho Popular do Eixo Baltazar, Conselho Popular da Região Nordeste, Articulação da Microrregião Centro-Sul, Conselho Popular da Zona Sul, Fórum de Entidades do Cristal, Fórum de Entidades do Extremo-Sul e assim vai. Essa é a informação que recebemos.

Digo mais, se o Conselho do Orçamento Participativo já tivesse estrutura legal, ele não precisaria, Ver. Elói Guimarães, vir aqui falar da Tribuna Popular, usando uma entidade comunitária, a Associação Comunitária dos Moradores do Jardim Monte Carlo, é nessa condição que ele veio falar aqui, exatamente, Ver. Helena Bonumá, por não ter personalidade jurídica. Nós queremos legalizar essa instituição e essas estruturas para que o movimento comunitário se expresse de forma autônoma, plena, sem qualquer espécie de atrelamento.

Convocamos todos para um amplo debate com a sociedade, inclusive com os senhores que, aqui, neste momento, se fazem presentes. É fundamental que entidades como COP, UAMPA, conselhos populares e fóruns de entidades, aliadas as outras tantas que se fizerem necessárias, sejam condutoras do processo de organização, condução e deliberação das demandas a serem incluídas no plano de investimento, para que, de forma autônoma, possa se expressar o movimento comunitário na Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Com muita satisfação, anunciamos a presença no Plenário do Deputado Federal Henrique Fontana, nosso sempre Vereador. Seja bem-vindo a esta Casa.

Está com a palavra o Ver. João Carlos Nedel, pelo tempo de dois minutos, conforme art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores.

O Orçamento Participativo, apesar de ser uma boa idéia, tem servido como instrumento de manipulação da opinião pública. Posso falar porque compareço a muitas reuniões do Orçamento Participativo. É manipulado e passada uma outra idéia à população. Novamente os Senhores estão sendo manipulados pelo Executivo. O Executivo mente quando diz que a Câmara de Vereadores quer acabar com o Orçamento. Não é verdade. Não é verdade, Senhores. Vocês estão sendo enganados.

 

(Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE: Asseguro o tempo ao Orador, mas quero fazer duas observações. Primeiro: temos muita honra por receber aqui o nosso povo, as nossas organizações, o que para nós é uma satisfação. Agora, o Regimento proíbe manifestações, tanto a favor quanto contra o orador que está na tribuna. Peço a gentileza de que não se manifestem.

Também solicito ao nobre Orador que fale em tese, se possível, que não se dirija à platéia. Gostaria que Vossas Senhorias ouvissem e avaliassem internamente.

Eu reponho o tempo de V. Exa. Vereador, integral.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: O que a Câmara quer é legalizá-lo, é poder ter um instrumento forte para a sua fiscalização. Isso é muito importante, Senhoras e Senhores!

Quero dizer que nos últimos dias, eu, pessoalmente, estive visitando as obras do Orçamento Participativo na Região Leste, Noroeste e Glória, principalmente as obras de 1999. Em vinte e duas obras que visitei, em vinte e duas obras que visitei, repito, e tenho provas, fotos, aqui, e elas não mentem: apenas uma obra estava realizada, que é a obra da Rua Bezerra de Menezes, asfaltamento de sessenta metros que vai até o Arroio da Areia. Estão aqui as provas! Na mesma Região visitei seis locais da demanda do Orçamento de 98 e três delas não estavam sequer iniciadas! Eu tenho as fotos aqui. Este é o instrumento que a Câmara quer: maneiras de fiscalizar e não que a população seja lograda.

Eu convido a todos os presentes e a todas as Bancadas a me acompanharem para verificar essas obras.

Verifiquei também demandas de 93, de 95, que não foram realizadas ou que foram realizadas em desacordo com o planejado, como é a Praça de Belém Velho que está lá para todos verem, que não foi executado conforme o planejado. E, também, a Prefeitura, até hoje, no seu plano de investimento que está na Internet, que leva o selo e a capa que seja o Orçamento do ano 2000, vejam na Internet, as obras são do ano de 1998.

Repito: o que a Câmara quer é institucionalizar o Orçamento, legalizar e ter um instrumento forte de fiscalização, por quê? Porque o PT se nega a incluir no plano de investimento que seja o anexo do Orçamento anual. Ele se nega a fazer isso para que as promessas lá não tenham a chancela de lei. E peço, também, que o Orçamento Participativo não seja mais manipulado para pressionar os Vereadores a aprovar o aumento do IPTU, porque a Prefeitura tem usado isso normalmente, manipulado e servido de mau instrumento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

(Tumulto no Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE: Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 9h52min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 9h53min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Peço a gentileza aos senhores e senhoras visitantes, porque o assunto é polêmico, mas devemo-nos manter dentro das nossas convicções. Os Vereadores têm o mais absoluto direito de expressar suas opiniões, por mais que discordemos delas. Assim funciona a democracia.

Repito, é um prazer tê-los aqui, mas peço, já que a Casa está lotada, a manutenção do silêncio, para que possamos ouvir, aquilatar o contraditório, as opiniões divergentes, porque é assim que funciona e é fortalecida a democracia.

O Ver. Hélio Corbellini está com a palavra em Comunicação de Líder, pelo PSB.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Nós, do Partido Socialista Brasileiro, diante da polêmica que tem envolvido não só a Cidade de Porto Alegre mas, também, o Estado do Rio Grande do Sul, em relação ao Orçamento Participativo, em relação à melhor forma da participação popular na gestão pública, não podíamos deixar de vir a público e dizer o que pensamos a respeito de tudo isso. Não podíamos deixar de vir a público porque, há cinqüenta anos, quando o nosso Partido foi fundado, a sua determinação principal era a democracia com liberdade e a luta pela ampliação do espaço democrático.

Estamos vendo, com muita preocupação, o diálogo que coloca em confronto a participação legítima popular com os parlamentos. Isso não traz benefícios à democracia.

Nós, do PSB, que invocamos ser o primeiro Partido a ter institucionalizado o Orçamento Participativo neste Estado, quando o Deputado Bernardo de Souza dirigia a Prefeitura de Pelotas; nós, que há dez anos, já em carta pública ao País, exigíamos do Brasil que o Orçamento fosse cidadão, onde as prioridades fossem invertidas para que as necessidades básicas fossem atingidas, sempre com a participação popular - a participação popular, através do Orçamento Participativo, amplia a democracia -; nós temos que, cada vez mais, lutar para que esse espaço da democracia seja ampliado.

Diante desse debate, há uma realidade de que isso rompe com a lógica dos orçamentos anteriores, onde só os parlamentos é que definiam como é que eram as inversões de recursos. Nós conhecemos essa lógica absolutamente particularista, que só servia a clientelismos e a interesses partidários, nem sempre ligados aos interesses populares. Isso o Orçamento Participativo rompeu e nós o reconhecemos. Mas reconhecemos também que, cada vez mais, há a necessidade de ampliarmos a democracia. Vejo no peito dos Senhores que “queremos mais”. Nós queremos muito mais. Nós queremos, por exemplo, muito mais do que dezesseis regiões do Orçamento Participativo, porque a democracia em Porto Alegre não pode só se restringir a 16 regiões, ao nosso ver temos que ter 54 regiões em Porto Alegre. Nós queremos mais: queremos discutir com a população de Porto Alegre uma regra básica, uma regra fundamental, que é a nossa regra fundamental, que diz o seguinte: ninguém terá o mais, se alguém não tem o menos. Porque muita gente em Porto Alegre ainda tem o menos e alguns ainda querem mais do que o menos que eles já suportaram. E essa responsabilidade é dos Senhores.

Terminando, Sr. Presidente, é evidente, concordo com o cidadão que estava aqui: não podemos tirar das mãos das lideranças comunitárias a sua autonomia, não podemos tirar o direito que eles tem de fazer o seu regimento. Por isso, até hoje não apresentamos Projeto aqui na Casa, mas fizemos um documento para discutir lá com os senhores, lá nos conselhos, lá nas associações. E é este documento que vou passar às mãos dos companheiros representantes de vocês. Porque o PSB, depois de distribuído esse documento, quer discutir com os senhores a melhor forma de ampliarmos a soberania popular e ampliação da democracia. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Sônia Saraí solicita licença para tratamento de assuntos particulares, no dia 20 de agosto.

 

(Obs.: Foi aprovado o Requerimento de licença da Vera. Sônia Saraí e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

 

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Srs. Visitantes, certamente, se consultadas, todas as pessoas presentes diriam que são favoráveis ao Orçamento Participativo.

No seu livro “O que é a democracia”, um dos maiores pensadores do mundo - Alain Touraine - põe sob suspeita a democracia direta. A crise, neste fim de século, enfrenta a democracia representativa, faz emergir a idéia de aproximação entre a opinião coletiva e os Executivos.

A democracia direta foi exercida, muitas vezes, após processos revolucionários, por ditaduras radicais de direita. Da mesma forma, as ditaduras radicais de esquerda não fizeram por menos. Conceda-se que o Partido dos Trabalhadores emergiu de uma base sindicalista, exemplarmente. Conceda-se que, em Porto Alegre, o Orçamento Participativo é uma instituição que, na sua essência democrática, veio para ficar, independentemente de siglas partidárias. Conceda-se todo o mérito ao Partido dos Trabalhadores na consolidação de uma estratégia. Mas, como diria Rousseau, a democracia direta, assim como a representativa, se exercida por seres humanos, contém imperfeições. É a deturpação desse tipo de democracia direta, a eliminação do político na intermediação dos interesses povo/Estado que permitem que os conselheiros do Orçamento Participativo, em geral, tenham o mesmo e decorado discurso, o mesmo jargão, as mesmas e surradas palavras, extraídas de uma cartilha já perfeitamente identificada.

Já está integrada ao acervo histórico de Porto alegre a aversão de seu alcaide à democracia representativa, verbalizada tanto em entrevistas no exterior quanto para a imprensa da Capital.

O que não aceitamos é que, como chantagem afetiva em que os excluídos socialmente tenham a impressão de terem voz, tenham a impressão de serem ouvidos e de participarem e, inconseqüentemente, suas prioridades ou não sejam cumpridas ou o sejam em prazo tão longo, como se fossem alfabetizados e não conseguissem ler. O que não aceitamos é a inclusão da Saúde, da Eeducação, do Saneamento Básico entre os itens de escolha, quando deveria ser iniciativa do Executivo, independente de vontade popular. Um pai não vai esperar que o filho tenha fome para providenciar-lhe comida. É fácil desvestir-se dessa responsabilidade e jogá-la para a vontade popular. O que não aceitamos é a transformação de algo que deveria ser espontâneo em palanque eleitoral e a transformação de agentes profissionalizados em formadores de opinião. É a forma de perenização de uma ideologia no poder. Não aceitamos, também, a participação de uma minoria da população, unilateralmente, como tentativa de um processo de ditadura através de um orçamento.

Não podemos compreender a criação de um fato social ser impedido de transformar-se em lei que impeça a promiscuidade da consulta feita por um só partido, casualmente o do Governo, e condená-lo, paradoxalmente, a viver na clandestinidade orçamentária. Não podemos compreender, também, o pequeno percentual do Orçamento da Prefeitura posto à disposição do debate. Não podemos aceitar ser o Orçamento Participativo estratégia apenas de um Governo, que se esgota se outro partido ocupar o Paço Municipal. O Orçamento Participativo deve continuar sempre.

Por isso tudo, pelos méritos de um instituto democrático, por sua possível contaminação ideológica, unipartidária, somos pela sua legitimação, transformando-se em Lei Municipal. É a forma de entregá-lo ao seu povo. Parlamento e Orçamento podem se complementar ao invés de serem antagônicos.

Esse é o espírito do Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar, com satisfação, a presença da Sofia Cavedon, Secretária Substituta da SMED; da Sra. Margarete Moraes, Secretária Municipal de Cultura e do Sr. Ricardo Lima, Secretário Substituto da Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura.

A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra de acordo com o art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, porto-alegrenses, é importante que possamos aprofundar a discussão da questão democrática.

O meu Partido, PMDB, tem-se pronunciado, constantemente, favorável à participação da população na definição do orçamento público. Não poderia ser diferente, porque fomos pioneiros, em nível nacional, dessa proposta, quando o Senador Dirceu Carneiro era o Prefeito do Município de Lajes. A primeira experiência e a mais exitosa, do ponto de vista da representação democrática, foi quando o atual Deputado do PSB era o Prefeito do PMDB na Prefeitura de Pelotas. A mesma prática desenvolvemos na Prefeitura de Recife com Jarbas Vasconcelos, e, em Fortaleza, quando dirigimos aquele Município.

Nesta oportunidade, reafirmo que também queremos mais. Concordamos com a posição do Ver. Hélio Corbellini, que considera muito pouco o fato de ter apenas dezesseis regiões para discutir o Orçamento. Também queremos mais, quando através da Emenda do Ver. Fernando Záchia, sugere o voto direto, secreto e universal, para que não haja nenhuma tentativa de intimidação a nenhum líder comunitário; também queremos mais, quando, através da Emenda de minha autoria, sugiro que não apenas as obras das vilas sejam decididas pela comunidade, mas também que os serviços de saúde, extremamente precários na nossa Capital, sejam decididos pela comunidade; também queremos mais, quando, através da Emenda, de minha autoria, queremos que a questão dos serviços de educação sejam decididos pela comunidade.

Para concluir, Sr. Presidente, também concordamos com a comunidade. Também queremos mais, quando queremos que o poder público, a Prefeitura de Porto Alegre, cumpra as definições que a comunidade tomou, porque o levantamento que fizemos mostra que mais da metade das obras não sai do papel; queremos mais: queremos que seja feita, efetivamente, a vontade do povo de Porto Alegre. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra, de acordo com o art. 206 do Regimento.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Conselheiro Sr. Sérgio Amauri e demais pessoas que participam da Associação, se nós não conhecêssemos o Projeto do Ver. Isaac Ainhorn, apenas por uma frase que ele proferiu dessa tribuna, já nos daria condições de concluir a intenção do Ver. Isaac Ainhorn. Ele disse que os Conselheiros precisaram usar uma associação para vir falar aqui sobre o Orçamento Participativo. Raciocina o Ver. Isaac Ainhorn - e essa é a intenção do Projeto - que tem que criar uma estrutura separada das associações, separada da organização de base da população de Porto Alegre. E de fato, quando a gente analisa o Projeto do Ver. Isaac Ainhorn, ele amarra completamente o processo do Orçamento à Câmara de Vereadores, ele amarra completamente.

O Ver. Elói Guimarães na tentativa de salvar o Projeto apresentou nove Emendas, mas não consegue, porque ele continua inconstitucional.

Como foi dito aqui, já, pelos conselheiros, ele queria apenas 50% do Orçamento sendo discutido no processo. E os outros 50% para aonde vão? Talvez haja saudade - e isso não eram todos os Vereadores, nem Secretários, mas nós sabemos que havia isso, sim -, do tempo em que para as comunidades conseguirem as obras tinha que ser amigo do Secretário ou do mesmo Partido do Secretário, dar apoio para ele na próxima eleição. Havia muito isso, nós sabemos, e isso acabou, e acho que tem gente com saudade desse processo, que não vai voltar. A população de Porto Alegre não vai deixar que volte.

Hoje, com a presença de todos vocês aqui, muitos vêm e dizem: “Nós somos a favor do Orçamento.” Mas quando vocês não estão aqui muita gente diz: “Pois é, mas quem sabe, não sei o quê.” Fazem levantamentos que não têm correspondência com a realidade.

Na primeira revistinha do PMDB, não tínhamos feito nem 9% das obras de 1996; depois, eles próprios, no outro jornal disseram que já era 33%. E assim vão as inverdades na tentativa de confundir a população. A população de Porto Alegre não deixará que, de novo, haja manipulação e que seja trazido o processo do Orçamento Participativo apenas para a Câmara. A Câmara tem um papel importante, vai fiscalizar, mas quem tem que definir o regimento e as obras e 100% do Orçamento é a população da nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra, de acordo com o art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, eu acredito que todos vieram a esta Casa para dialogar sobre um assunto extremamente sério e, portanto, não vejo razão para que os senhores fiquem de costas para esta tribuna, não vejo razão para que não possamos combater argumentos por argumentos. Nós não somos contrários a que haja a participação popular; somos contrários a que haja manipulação popular, e quanto a essa manipulação sempre iremo-nos opor.

Coloco, por exemplo, uma das questões que várias vezes eu trouxe a esta tribuna, que é o problema da água. Muitas são as regiões da nossa Cidade que precisam disputar a água no Orçamento Participativo, acreditando que isso não pode continuar acontecendo. A água é vital, é um direito de todos. Todas as comunidades que não têm água não precisariam e não deveriam disputar a água no Orçamento Participativo. Todos têm que ter esse direito. Somos favoráveis a que a população possa decidir sobre os cem por cento dos investimentos, mas há alguns que não devem passar pelo Orçamento, sendo que a água é um deles, pois é um direito de todos.

Também sou favorável a que, por exemplo, numa regulamentação do Orçamento Participativo, não haja a participação do Poder Legislativo, as comunidades devem ser absolutamente livres e desatreladas, devem estar em condições de fazer pressão tanto sobre o Executivo quanto sobre o Legislativo. Nós queremos é exatamente isto: a liberdade do movimento comunitário, que os senhores tenham toda a força, que os senhores tenham mais força que o Legislativo e mais força que o Executivo, que não sejam usados ou continuem sendo usados pelo Poder Executivo. Contra isso nós sempre vamo-nos opor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra de acordo com o art. 206 do Regimento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Lideranças presentes que usaram a Tribuna Popular, Comunidades presentes, gostaria de dar o meu depoimento para dizer que a democracia participativa e a democracia representativa não se excluem, se completam. Entendo que é da competência do Senhor Prefeito Municipal a elaboração e o encaminhamento do Orçamento à Casa.

Rapidamente, gostaria de dar uma notícia em termos de informação; o Processo tramitou em Pauta e depois foi às Comissões. Quando chegou na Comissão de Constituição e Justiça, primeira Comissão da Casa que examina os Processos e Projetos, fizemos um sorteio para escolher o seu Relator e deixar a questão bem imparcial. Terminou o sorteio, e estão aqui membros da Comissão de Constituição e Justiça, onde o PT tem três integrantes, o Ver. Guilherme Barbosa, Ver. Juarez Pinheiro e o Ver. Cyro Martini. No sorteio saiu o nome deste Vereador como Relator. Eu fiz uma análise do ponto de vista legal e jurídico e se tiver alguma valia o meu parecer eu coloco à disposição dos presentes. Fiz nove Emendas, existem nove Emendas ao Projeto do Ver. Isaac Ainhorn no sentido, vejam bem, de assegurar o campo da competência do Município, ou seja, do Chefe do Executivo.

Quanto à institucionalização, no que se refere a sua legalização, entendo que compete ao Prefeito Municipal encaminhar à Casa as obras. Ao longo do tempo, o Prefeito Municipal e a Administração Popular o que fizeram? Ela subestabeleceu essa prerrogativa ao Orçamento Participativo. É nesse sentido entendo estar havendo a legalização. Não vejo nenhum obstáculo, nenhum prejuízo para que se legalize esse aspecto. Observem esse dado que estou colocando.

Fica aqui a minha manifestação, no sentido de esclarecimento. Nós relatamos a matéria e a examinamos sob o ponto de vista jurídico, saneamos questões que eram trazidas para a Câmara. No que diz respeito a esse aspecto a Câmara não pode interferir em competência que é do Município, e que o Chefe do Executivo entendeu delegar, subestabelecer à comunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Não havendo desejo de mais manifestações por parte das Bancadas, encaminhamo-nos para o final desta manifestação aberta e democrática. Diante das pessoas que nos honram aqui com as suas presença, devemos salientar que a Tribuna Popular é um mecanismo desta Câmara Municipal que honra Porto Alegre. Eu não sei por que os demais parlamentos não fazem este tipo de manifestação. Todos os dias abordamos os mais variados tipos de assuntos, por exemplo, desde problemas relacionados à esquizofrenia, abordado aqui, na Tribuna Popular da Sessão anterior, até o mais palpitante assunto da Cidade, como é o caso do Orçamento Participativo.

Ocorre, na Tribuna, a livre manifestação do contraditório e, portanto, esta Câmara, às vésperas dos seus 226 anos, tem que valorizar esse mecanismo que para nós também é importante, porque aqui desfilam os mais diversos pensamentos da Cidade, que, aliás, é o caleidoscópio das nove Bancadas, cada uma delas se manifesta pela convicção e pela representatividade do conjunto dos quase um milhão de eleitores que esta Cidade já tem. O ano que vem estaremos às portas de um milhão de eleitores. É muito importante uma Cidade altamente politizada.

A Ver. Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: (Saúda os presentes.) Senhor Presidente e Srs. Vereadores, Senhores Representantes que usaram esta tribuna, Companheiros e Companheiras, que estão aqui nesta manhã, é bem verdade o dito popular: o que os olhos não vêem o coração não sente. Diferente disso, nós todos vimos e sentimos, mesmo aquilo que nós decidimos e que não aparece, porque sabemos que cada artéria que construímos nesta Cidade palpita no coração e na nossa mente, porque somos nós, cidadãos e cidadãs que construímos com muito orgulho esta Cidade.

Não é verdade que legalizando o Orçamento vai haver maior democracia. Toda a história da humanidade, ou quase toda, foi escrita dessa forma. Por isso que a nossa humanidade hoje padece de fome, saúde e educação, sem falar em arte e cultura, porque não fomos nós, a maioria da população, que, na grande maioria do tempo desse País, desse universo, definimos o que era melhor. Portanto, a demonstração que aqui está sendo feita é uma demonstração da vontade popular, demonstração daquilo que queremos, daquilo que nós objetivamos. A soberania popular tem que ser aprendida por nós, parlamentares, de todo o País, porque somente com a participação das pessoas é que o povo não vai sentir mais a miséria. O povo vai poder dizer onde ele quer que seja investido cada tostão do seu bolso, que é pago nos impostos da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País.

É preciso que se diga, senhoras e senhores, que o Orçamento Participativo sendo legalizado, a intenção da direita deste Parlamento é estatizar e não democratizar. Tem muita diferença. Em alguns momentos, é moda falar contra a estatização, mas, aqui, há uma inversão de valores, aquilo que é popular tem que ser estatizado. Essa é a grande farsa, essa é a grande demagogia. E clientelismo é o que era feito antes, quando vocês, cidadãos sérios desta Cidade, tinham que vir aqui pedir: “Por favor, façam aquela obra.” Aí, o que era dito? “Nós vamos fazer aquela obra, mas votem em mim.” Isso é clientelismo e não ao contrário, porque é bem verdade que falta muito nesta Cidade. Falta muito, mas o muito que falta é vocês quem têm que decidir e esta Casa tem que ter a responsabilidade de estar junto. Mas o estar junto não significa voltar ao processo passado. Nós não somos tartarugas para andarmos em passos tão curtos e tão lentos. Nós não podemos é voltar como caranguejos, para trás. A história tem uma meta e esta história tem que ser seguida.

O Orçamento Participativo, foi dito aqui pelo Ver. Isaac Ainhorn, precisou de uma associação de moradores. Para quê? Para vir aqui falar. Quer separar o Orçamento Participativo do povo? Não é isso. Quem disse que o povo precisa apenas, de quatro em quatro anos, estar próximo dos Vereadores? O povo tem que fiscalizar os Vereadores, todos os Parlamentos e a nossa Cidade, e ninguém melhor do que a nossa população. Se nós tivermos que errar, nós vamos errar todos juntos, porque o erro vai ser coletivo. Nós não precisamos de deuses para profanar aquilo que é sagrado, que é a soberania e a vontade popular de toda uma população. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando ouvia, nesta tribuna, a Vera. Maristela Maffei, via uma das necessidades que temos de desatrelar o Orçamento Participativo e fazer com que ele fique realmente sob a tutela da população, das comunidades, ou então, a Vera. Maristela Maffei deveria dizer aqui, desta tribuna, do porquê de ela ter achincalhado um líder comunitário lá da Lomba do Pinheiro, Sr. Flávio Cassal, quando ele dizia apenas que as obras que eram construídas na Lomba do Pinheiro, todas, se concentravam na parada 12, onde mora a Vereadora. E ela atacou esse líder comunitário. É por isso que queremos que o Orçamento Participativo possa ser regulamentado para não ficar sob a tutela nem do Legislativo, nem do Executivo.

É preciso que os senhores saibam que, após 1988, por causa da Constituição, que foi uma Constituição municipalista, tivemos maiores recursos para o Orçamento Municipal. Desde 1989, a Administração Municipal tem recursos a mais através do ITBI, tem recursos a mais através do imposto sobre combustíveis, tem recursos a mais através do aumento do ICMS, são muitos recursos a mais. É preciso que a população saiba que hoje o Orçamento de Porto Alegre é de mais de um bilhão de reais; só o faturamento deste ano é de mais ou menos um bilhão e duzentos milhões. É preciso que a população saiba que boa parte desses recursos são destinados à propaganda. Eu quero que os senhores digam quanto do Orçamento municipal é destinado para divulgar apenas que esta Administração é boa. Eu quero que os senhores saibam que treze milhões de reais estão comprometidos com propaganda. Tudo aquilo que era combatido antes, que era o gasto com propaganda, agora é permitido. Eu gostaria de saber se os senhores do Orçamento Participativo debatem essa quantidade de dinheiro que é jogada nos meios de comunicação e é retirada das obras que são necessárias em nossa Cidade.

Eu tenho a impressão que a população de Porto Alegre não conhece muitos dos detalhes do Orçamento. Eu tenho a impressão que a população de Porto Alegre gostaria de saber um pouco mais sobre o Orçamento. Eu tenho a impressão que aquelas doze pessoas que podem usar a palavra, nas reuniões do Orçamento Participativo, não representam a vontade do todo. Eu tenho a impressão que o Orçamento Participativo, dessa forma como os senhores querem continuar levando, vai continuar atrelado ao Executivo, vai continuar servindo apenas aos interesses e sendo uma aparelho do PT.

Nós queremos que o Orçamento Participativo possa ser um instrumento da comunidade. Nós queremos que o Orçamento Participativo possa servir aos interesses da população.

Nós não podemos fugir do diálogo. Não podemos fugir à troca de argumentos. Nós não podemos simplesmente ouvir mentiras e ficar escravos delas.

Nós temos que continuar debatendo, para o bem da população, porque quem representa a população, quem foi escolhido para representá-la foram os trinta e três Vereadores desta Câmara e eles devem ter a palavra final, em termos de Orçamento. Nós não queremos liqüidá-lo, nós queremos fortalecer a participação popular, mas não queremos que esse Orçamento Participativo continue atrelado às vontades do Partido dos Trabalhadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

(Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE: Peço a gentileza de não verbalizarem o pensamento. O Vereador tem o direito de se expandir, como V. Sas. têm o direito de discordar, mas não através de vaias. A democracia se fortalece no contraditório. O Vereador não ofendeu ninguém, ele expôs as suas posições. Se houver ofensas, este Presidente será o primeiro a intervir.

O Ver. João Dib está com a palavra para fazer uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não venho a esta tribuna para brigar com os integrantes do Orçamento Participativo, venho numa sã tentativa de me esclarecer. É que, ao longo do tempo, eu tenho colocado algumas questões para o Executivo Municipal e não tenho recebido resposta, como também o Orçamento Participativo não pôde me responder, porque, provavelmente, não tenha chegado até ele as colocações que faço, com alguma freqüência, desta tribuna. Por exemplo, eu nunca entendi a única Emenda popular ao Orçamento aprovada por unanimidade neste Plenário, por iniciativa da UAMPA; e o Prefeito, que teve reduzida uma pequena parcela da verba para publicidade de seu gabinete, nunca me respondeu se o Orçamento Participativo autorizou aumentar em 13.200% a verba de publicidade no seu gabinete. O Prefeito Tarso Fernando Genro nunca me respondeu, talvez o Orçamento Participativo respondesse, eu pedi a ele, mas ele não respondeu.

Pedi a ata do Orçamento Participativo que autorizou a compra do Jardim Leopoldina pelo dobro do preço, pelo dobro do preço, favorecendo a Caixa Econômica Federal, favorecendo a construtora Guerino e mais alguém, e o Prefeito não me mandou a ata do Orçamento Participativo, não me mandou onde foi aprovada aquela barbaridade que infelicita todos os moradores do Jardim Leopoldina.

Eu queria saber se o Orçamento Participativo autorizou, e eu perguntei para o Prefeito, a compra ilegal de um prédio na Rua da Praia. Também não foi respondido. Também não foi respondido. Não adianta dizer, aqui e agora, que não foi ilegal. Foi absolutamente ilegal, declarado pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Não adianta dizer que não, porque eu só falo documentadamente.

Eu queria saber se o Orçamento Participativo autorizou o Departamento Municipal de Limpeza Urbana, três dias antes do Prefeito deixar a Prefeitura, o Dr. Olívio, fazer o estudo de um motor de explosão que explodiu. Pagaram com tanta pressa, que pagaram para a entidade errada. Mas o motor explodiu porque não fizeram nada.

Eu queria saber sobre o incinerador de lixo comprado e pago pela Administração da Prefeitura, há vários anos, que foi pago e não instalado. Deve ter-se auto-incinerado. Mas isso é um investimento. E os investimentos deveriam ser analisados pelo Orçamento Participativo. Não viram. Essas respostas os Prefeitos não me deram. Mas eu tenho a convicção de que o povo no Orçamento Participativo há de me responder. É claro, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que eu não perguntarei quem pagou seis ônibus de luxo para transportar os meus queridos amigos até aqui. Saúde e paz. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

 

(Manifestação das galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE: Pergunto se há mais alguma Bancada que deseja usar o tempo de Liderança, ou qualquer tempo regimental?

Não havendo, consulto o Ver. João Dib acerca de um Requerimento que me faz, aqui do lado, um dos nossos oradores da Tribuna Popular, porque ele gostaria de levar para o Conselho do Orçamento essas ponderações que V. Exa. fez da tribuna. Pergunto se V. Exa. libera as notas taquigráficas, porque ele gostaria de levar para o Conselho do Orçamento essas ponderações de V. Exa. feitas na tribuna. Eu pergunto se V. Exa. libera as notas taquigráficas para que depois seja atendida esta pretensão do nosso visitante.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, como sempre, todos os meus pronunciamentos estão liberados na mesma hora. Eu acreditava até que o Orçamento Participativo se preocuparia em responder o que o Prefeito não me respondeu. Sou grato.

 

O SR. PRESIDENTE: Então, V. Sa. depois poderá dispor das notas taquigráficas para verificar o que foi dito da tribuna pelo Ver. João Dib. Não havendo mais manifestações, agradecemos aos ocupantes da Tribuna Popular na manhã de hoje, aos senhores visitantes, às senhoras, aos senhores, aos secretários e a todos que aqui compareceram. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 10h42min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 10h45min): Estão reabertos os trabalhos.

 

Passamos à

PAUTA

 

(05 oradores/05 minutos/com apartes)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2147/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 101/99, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, no recinto dos postos de revenda de combustíveis no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 2459/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 120/99, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Flávio França o campo de futebol e a pista de atletismo situados dentro do Parque Marinha do Brasil.

 

PROC. 2463/99 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 010/99, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que suprime o inciso VIII do art. 6º do Capítulo III da Lei Complementar nº 325, de 07 de julho de 1994, que institui a Política Municipal dos Direitos da Cidadania contra as Discriminações e Violência, cria Conselho e dá outras providências.

 

PROC. 2532/99 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 011/99,  de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que acrescenta § 6º ao art. 181 da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985 (Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Porto Alegre). (Incorporação de gratificação por serviço noturno)

 

PROC. 2533/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 043/99, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que concede o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético aos atletas Paulo Taicher, Alexandre Paradeda, Flávio Fernandes, Janaína Espíndola, Luciane Dambacher, Daiane Garcia dos Santos, André Caye e Roger Caumo.

 

PROC. 2587/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 125/99,  de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que denomina Rua Professor Adil Müller Quites um logradouro público localizado no Bairro Protásio Alves.

 

 PROC. 2595/99 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 002/99, que reabre o prazo para a regularização de construções clandestinas da Vila Farrapos, fixado no art. 7º, § 1º, da Lei Complementar nº 114, de 28 de dezembro de 1984.

2ª SESSÃO

 

PROC. 1248/99 – SUBSTITUTIVO Nº 02, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que dispõe sobre a oficialização da Feira de Artesanato da Alfândega no Município de Porto Alegre e dá outras  providências,  ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 034/99, de autoria do Ver. Luiz Braz.

 

PROC. 2387/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 112/99, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Rua Oswaldo Goidanich um logradouro público localizado no Bairro Vila Nova.

 

PROC. 2444/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 118/99,  de autoria da Verª Helena Bonumá, que estabelece a supervisão da Secretaria Municipal do Meio Ambiente em campanhas de doação de árvores.

 

PROC. 2456/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 119/99,  de autoria do Ver. Gilberto Batista, que dispõe sobre a distribuição de cartilha de primeiros socorros aos motoristas de ônibus, táxis, lotações e demais meios de transporte de passageiros no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 2301/99 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/99, de autoria do Ver. Hélio Corbellini, que acrescenta incisos V e VI ao art. 2º da Lei Complementar nº 341, de 17 de janeiro de 1995, que dispõe sobre o trabalho em regime de plantão de 12 horas x 36 horas na Administração Municipal e dá outras providências.

 

PROC. 2448/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 037/99, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede às atletas Daiane Garcia dos Santos, Luciane Dambacher e Janaína Espíndola o título honorífico de Esportista Exemplar.

 

PROC. 2468/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/99,  que autoriza a desafetação do uso especial de imóvel do domínio público municipal e sua alienação a Lecy de Souza Canabarro, independentemente de licitação, e dá outras providências.

 

PROC. 2470/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 018/99,  que autoriza a permuta entre imóvel próprio municipal e imóvel de propriedade do Condomínio Edifício Monte Carlo, devido ao novo alinhamento existente na Travessa Pesqueiro esquina com Rua Miguel Teixeira.

 

PROC. 2472/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 019/99,  que autoriza a desafetação do uso especial de imóvel do domínio público municipal e sua alienação a Carmem Pompeu, independentemente de licitação, e dá outras providências.

 

PROC. 2473/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 020/99,  que autoriza a desafetação do uso especial de imóvel do domínio público municipal e sua alienação a Honório Finck,  independentemente de licitação, e dá outras providências.

 

PROC. 2474/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 021/99,  que autoriza a desafetação do uso especial de imóvel do domínio público municipal e sua alienação a Arlindo Risch, independentemente de licitação, e dá outras providências.

 

PROC. 2518/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 121/99, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que denomina Rua Professor Paulo Saurin um logradouro público localizado no Bairro Vila Nova. 

 

PROC. 1710/99 - SUBSTITUTIVO Nº 01, que dispõe sobre a instalação de cercas energizadas destinadas à proteção de perímetros no Município de Porto Alegre e dá outras providências,  ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 064/99, ambos de autoria do Ver. João Bosco Vaz.

 

PROC. 1916/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 079/99, de autoria do Ver. Antônio Losada, que torna obrigatória a prestação de serviços de empacotamento nos estabelecimentos comerciais denominados “supermercados” que possuam área construída computada superior a 3.000 m².

 

PROC. 2102/99 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 007/99, de autoria do Ver. Adeli Sell, que altera a redação do parágrafo único do art. 15 da Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992, com redação dada pela Lei Complementar nº 319, de 1º de julho de 1994. (Código de Edificações de Porto Alegre – Carta de Habitação)

 

PROC. 2167/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 011/99,  que identifica as Áreas de Urbanização e Ocupação prioritária, nos termos do artigo 5º da Lei Complementar nº 312, de 29 de dezembro de 1993.

 

PROC. 2140/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 030/99, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que institui o troféu Honra ao Mérito.

 

PROC. 2146/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 031/99, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao professor Carlos Alberto Allgayer.

 

PROC. 2321/99 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 009/99, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que acrescenta inciso XVIII ao art. 76 da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, que dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Porto Alegre. (faculdade de participação em reunião escolar de filhos)

 

PROC. 2372/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 015/99, que autoriza a desafetação do uso especial de imóvel do domínio público municipal e permuta entre passagem de pedestre de propriedade de Condor- Empreendimentos Imobiliários S.A., para relocalização da passagem de pedestres localizada na Quadra 154 com frente para a Av. Nilo Peçanha.

 

PROC. 2406/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 116/99, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que institui, no Município de Porto Alegre, o Dia da Cidadania e de Luta pelos Direitos Humanos e autoriza o Poder Executivo a erigir monumento em homenagem a João Cândido.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2096/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 096/99, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que dispõe sobre a disponibilização, na “Internet”, de dados relativos às licitações no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 2097/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 097/99, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Lya Luft.

 

PROC. 2103/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 098/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua João José dos Santos um logradouro público localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 2133/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 029/99, de autoria do Ver. Gilberto Batista, que confere ao cantor e instrumentista Heber Frós – Gaúcho da Fronteira – o prêmio artístico Lupicínio Rodrigues.

 

PROC. 2156/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 032/99, de autoria do Ver. Décio Schauren, que cria a Frente Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo na Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

PROC. 2161/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 102/99, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que dispõe sobre a oficialização do evento “Festa do Divino Espírito Santo” no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 2164/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 103/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Aristides Dias Souto um logradouro público localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 2186/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 104/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Ney Bastos um logradouro público localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 2190/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 105/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Januario Pereira da Costa um logradouro irregular localizado no Bairro Santa Tereza.

 

PROC. 2191/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 106/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Edyr Machado um logradouro público localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 2264/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 033/99, de autoria do Ver. José Valdir, que concede o título honorífico de Líder Comunitária à Senhora Sigrid Kunz.

 

PROC. 2265/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 034/99, de autoria do Ver. Gilberto Batista, que institui o prêmio Jahyr Boeira de Almeida e dá outras providências.

 

PROC. 2322/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 035/99, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que concede o prêmio literário Érico Veríssimo ao jornalista e escritor Walter Galvani da Silveira.

 

PROC. 2351/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 109/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Glaucus Saraiva um logradouro público localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 2352/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 110/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Carlos Galvão Krebs um logradouro público localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 2353/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 111/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Apparicio Silva Rillo um logradouro público localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 2388/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 113/99, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Rua Odilon Alves Chaves um logradouro público localizado no Acesso nº 3, no Bairro Vila Nova.

 

PROC. 2389/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 114/99, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Rua José Abraham Diaz um logradouro público localizado no Bairro Vila Nova.

 

PROC. 2390/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 115/99, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Praça Gladis Mantelli um logradouro público localizado no Bairro Teresópolis.

 

 

PROC. 2476/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 041/99, de autoria da Mesa Diretora, que altera os artigos 201 a 205 do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. (Tribuna Popular)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, brevemente, vou comentar o Projeto do Ver. Antônio Losada, meu colega de Bancada, que trata da questão do empacotamento em supermercados, determinando uma área específica.

Eu desejo discutir com o Vereador uma ampliação do seu Projeto, porque acredito que o mínimo que se espera de um supermercado é o atendimento devido e eficiente aos seus usuários. Não é uma mera causalidade a existência de um grande empreendimento na área mercadista da nossa Cidade que não presta esse serviço à população. No seu país, esse supermercado está proibido de colocar mais lojas, assim como em vários países europeus, e, depois de tomar conta da Argentina, agora está querendo tomar conta do País. Quem acompanha o noticiário econômico sabe da expansão dos empreendimentos internacionais das multinacionais, dos mega-empreendimentos na nossa Capital e no País.

Assim, achamos que devemos apoiar esta iniciativa para que o atendimento seja devido nos supermercados. Em alguns supermercados nós recebemos o produto ensacado, um funcionário chega a levar o carrinho até o automóvel, e há uma grande rede de supermercados que quer se expandir em nossa Cidade a todo custo e que não presta estes serviços.

Ver. Antônio Losada, estou com V. Exa. neste seu Projeto. Digo mais, temos que fazer um protesto, uma mobilização para que o usuário seja respeitado. V. Exa. tem razão, nós precisamos criar empregos. Afinal de contas, esses grandes empreendimentos estão ganhando muito dinheiro. Digo mais, V. Exa. sabe que o Supermercado Carrefour, no Espírito Santo, na Cidade de Vitória, sofreu uma intervenção da Secretaria da Fazenda porque estava sonegando? V.Exa. sabe qual é a mutreta? É que os caixas não estão ligados on line à Secretaria da Fazenda. Pergunto: Será que isso não acontece no Rio Grande do Sul? Será que isso não acontece em Porto Alegre? Gostaria de saber, por que a rede supermercadista está crescendo, crescendo e crescendo, e o povo perde.

 

O Sr. Antônio Losada: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, fico satisfeito com o esclarecimento que V. Exa. faz da tribuna, sobre a forma com que os supermercados vêm tratando os seus consumidores, essa massa enorme que acorre aos supermercados e que proporciona um lucro incomensurável. Portanto, fico satisfeito com o apoio de V. Exa.

 

 

O SR. ADELI SELL: Tenha V. Exa. a garantia de que estamos juntos nesse Projeto e vamos, em todos os momentos, aqui desta tribuna, denunciar os mega-empreendimentos que estão acabando com o supermercado familiar, com o capital de Porto Alegre, com o capital local. Enquanto esses empreendimentos criam um emprego, eles tiram quatro no entorno. Esses não são dados deste Vereador, esses são dados de economistas, esses são dados estudados, Ver. João Dib! Inclusive, V. Exa. apresentou uma proposição que barra esse tipo de megaempreendimento na nossa Capital se não estiver dentro de determinados parâmetros. Por isso, nós somos favoráveis a esse Projeto e estamos determinados a criticar, denunciar o capital internacional e defender o capital local, os pequenos empreendimentos, defender Porto Alegre, defender o Rio Grande do Sul e defender a nação Brasileira, a nossa soberania, contra as multinacionais. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, depois de uma manifestação acerca do Orçamento Participativo, de envergadura extraordinária, onde a cidadania se manifestou plenamente, procurando resguardar aquilo que de mais caro entende, e assim também nós entendemos, só poderíamos falar, Sr. Presidente, acerca de assunto pertinente aos Direitos Humanos. Em Pauta estão dois Projetos de autoria do ilustre Ver. Lauro Hagemann, que tratam dos Direitos Humanos. Realmente, os Direito Humano são uma matéria, sob qualquer aspecto, especialmente sob o ponto de vista da justiça, de uma singularidade extraordinária. Isso me faz lembrar das diligências policiais, buscando o caminho da justiça, buscando exercer a atividade policial na sua plenitude. Os policiais, nas suas diligências, não raro vão aos bairros, às vilas populares, de madrugada, procurando localizar delinqüentes, suspeitos, marginais, foragidos, para chamá-los à responsabilidade. Tive a oportunidade de participar de algumas dessas diligências, mas vou-me referir a uma que me foi relatada, da qual não participei. O fato é pitoresco, interessante. Numa dessas oportunidades, os policiais, de madrugada, numa das vilas populares, iam-se esgueirando por entre cercas e paredes das habitações precárias, noite escura, inverno, chuva, frio, quietos - não podiam fazer barulho; se fizessem, poriam tudo a perder e até ficariam expostos a receber alguma agressão, algum tiro -, e os que iam atrás percebiam que os da frente logo desapareciam num buraco para reaparecerem mais adiante. E, assim, com todos eles. Quietos, eles ficaram pensando sobre diligência que foram fazer. Prenderam lá quem tinham que prender, mas onde caíram? Num buraco, numa fossa de patente; fezes; o pessoal desloca a patente. Esse é um fato que, para o policial, é corriqueiro, é normal que ocorra com ele. E a saúde dele? Isso não é problema dele, é da hospitalização, no futuro, quando ele tiver que comparecer.

E aquela situação de miséria humana? Não é problema dele, a sua função é cumprir com o dever.

E o mau cheiro? Que mau cheiro, se o dever dele é que o chama?

Vejam as condições de saúde a que ele fica submetido, o risco que ele corre. Se alguns deles manifestassem algum ruído, poderiam levar um tiro.

Eles cumpriram com o papel, felizmente não tiveram problemas maiores.

Por isso, nós temos que ter muito cuidado quando entendemos que o policial é o agressor número um contra os direitos do cidadão. Temos que ter cuidado para que alguns cidadãos não queiram valer-se, apoiar-se nas costas do policial para se promover.

Não há, eu repito, quem mais defenda os direitos do cidadão do que o policial. A razão é simples: porque ele coloca em risco a própria vida e, muitas vezes, perece no cumprimento do dever.

Por isso, me irrita a injustiça praticada contra a instituição e o policial. Se alguém tem alguma acusação contra algum policial, que a faça, não acuse a todos.

Não sejamos injustos, ajamos com justiça. A polícia não é escada para que alguém queira subir. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós até, de uma certa maneira, com tantas inversões no curso dessas semanas, em que tantos assuntos importantes foram trazidos e tratados nesta tribuna, que os Projetos que se encontram na Pauta desta Sessão Plenária não eram debatidos. Portanto, neste momento, ressalto a importância do registro de alguns Projetos, alguns honoríficos, é verdade, como o do Ver. Gilberto Batista, que confere ao cantor e instrumentista Éber Fross - o Gaúcho da Fronteira - o Prêmio Lupicínio Rodrigues; como o do Ver. Carlos Alberto Garcia, que, em boa hora, oficializa o evento “Festa do Divino Espírito Santo”, em Porto Alegre. Aliás, uma festa tradicional, Sr. Presidente. Recordo que eu ainda era menino e essa festa já acontecia no Bom Fim. Pois a Festa do Divino, embora, de fato, já esteja oficializada, o Projeto de Lei do Ver. Carlos Alberto Garcia oficializa, por lei, esse evento, ao lado de outra festa importante, que tem muito a ver com a tradição religiosa, cultural e histórica desta Cidade: a Festa dos Navegantes.

Nós sabemos que a tradicional Festa dos Navegantes, Ver. Giovani Gregol, está descaracterizada, como bem me lembra V. Exa. Na Festa dos Navegantes, a Santa - N. Sra. dos Navegantes - era levada da Igreja do Rosário até a Igreja de N. Sra. dos Navegantes em procissão fluvial. Belíssimo espetáculo, pois ela é, fundamentalmente, uma festa cristã, uma festa católica, mas é também uma festa de expressão do sincretismo religioso na multiplicidade das etnias, até raciais, que participam do processo de integração dessa festa de profunda fé, que nós respeitamos. Embora pertençamos a uma outra convicção religiosa, nós reconhecemos a importância da fé do nosso povo, da nossa gente, expressa nas suas festividades, nas suas procissões, que são manifestações profundas de culto aos santos que, no caso, se expressa tão bem nesta festa que reúne milhares de pessoas.

Hoje, a comunidade dos Navegantes, os remadores da Federação dos Remadores do Estado do Rio Grande do Sul buscam o retorno da procissão via fluvial. E se a comunidade católica pudesse optar entre a procissão via terrestre ou fluvial, não há dúvida que venceria a opção via fluvial, porque é ecológica, uma festa centenária em que a Santa vem sob o império das águas. Isso é emocionante. É fundamentalmente uma festa que é um culto, um amor à preservação do meio ambiente e aos elementos fundamentais criados pelo Supremo Arquiteto do Universo. A Santa percorria a procissão pelas águas.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. faz um belo pronunciamento sobre a questão da festa de Nossa Senhora dos Navegantes. Sou um dos romeiros, um dos acompanhantes de há muitos anos. Quero dizer a V. Exa que é tão forte este movimento de Nossa Senhora dos Navegantes que fizemos um projeto para torná-la padroeira de Porto Alegre.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Cumprimento V. Exa. e encerro, dizendo que a representação política da Cidade de Porto Alegre, os Srs. Vereadores devem cerrar fileiras. Pena que não está presente o Ver. João Carlos Nedel nesse momento, para juntamente conosco juntar-se às comunidades dos Navegantes, São João e adjacências, bem como à Federação dos Remadores do Rio Grande do Sul para integrar-se à luta pelo retorno da procissão fluvial de Nossa Senhora dos Navegantes no dia 2 de fevereiro de cada ano. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu já tive a oportunidade de tecer algumas considerações acerca de um Projeto de iniciativa do Ver. João Bosco Vaz a respeito da energização de cercas e aramados; o assunto remete à discussão da segurança.

Nós, infelizmente, estamos vivendo situações absolutamente insustentáveis. Quero dizer aqui que tenho visto poucos Brigadianos na Cidade de Porto Alegre, e quando falo em cidade, refiro-me a todos os segmentos urbanos de Porto Alegre. Não sei que política vem sendo adotada, pois o Brigadiano marcava a sua presença através da fiscalização do trânsito, e talvez assim ele fizesse a sua visualização. Porém, agora com os “azuizinhos”...

Talvez no passado ele também não existisse, apenas na figura do Brigadiano fiscal de trânsito. De qualquer forma, não tenho visto os Brigadianos na Cidade.

Nós estamos vivendo uma situação muito difícil, e não somente em Porto Alegre. É extremamente complexa a situação da segurança da população, e, quando ela se vê insegura, ela passa a aprisionar-se através de muros, de grades, com cercas energizadas, com cães de alta ferocidade.

Uma discussão que a Casa tem que manter permanentemente é a questão da segurança. É incrível o que se vê, por exemplo, quando alguém precisa comprar um remédio no final da tarde ou até mesmo durante o dia. A pessoa fica exposta na avenida, com a grade da farmácia fechada, ficando aberta somente uma janelinha por onde são atendidas as pessoas. As pessoas chegam a formar filas, na Av. Assis Brasil, defronte à farmácia, sendo atendidas pelo atendente, que recebe cheques, etc., também expondo-as a assaltos. Não sei se já não ocorreu assalto em função dessa nova configuração, a que a insegurança, a delinqüência nos levou.

E os armazéns da periferia da nossa Cidade? Eu disse a um amigo que tem um pequeno estabelecimento: “Tu vais ficar com problemas psicológicos.” Porque o freguês chega, ele vai lá e abre a porta de ferro. O freguês entra, ele vai lá e fecha; aí chega outro freguês, ele abre novamente; assim, ele passa o dia todo.

Vejam bem como a minoria sujeitou a maioria - porque a delinqüência é a minoria, e a maioria da sociedade são os homens de bem, são os trabalhadores, sãos os que contribuem para a grandeza do País, através do seu esforço, através da sua luta. E essa minoria fez da sociedade sua refém.

Então, Sr. presidente, Srs. Vereadores, quando um Projeto dessa natureza vem à Casa, temos que discutir a questão central, o fundamento: a usina geradora dessa violência.

Eu devo dizer que não gosto de ver essas cercas e esses muros energizados, porque é uma coisa agressiva, altamente autoritária, a meu juízo, mas não se tem outra saída.

Eu encerro dizendo que é um debate muito amplo e nós vamos prosseguir nele. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: Quero comunicar à Casa que já se encontra no Gabinete da Presidência, o Vice-Prefeito José Fortunati, e em seguida chegará o Prefeito, que vai entregar à Casa o Projeto da Previdência do Município. Em seguida, retirar-me-ei para receber o Prefeito.

O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, depois do lindo espetáculo de cidadania que tivemos nesta Casa, voltamos ao debate do conjunto das propostas que os Vereadores apresentam.

Destaco, no dia de hoje, o Projeto de Lei do Ver. Antônio Losada, que torna obrigatória a prestação de serviços de empacotamento nos estabelecimentos comerciais denominados supermercados que possuam área construída computada superior a três mil metros quadrados.

Ver. Antônio Losada, o seu Projeto tem um valor muito grande para este momento histórico que estamos vivendo. A sociedade está vivendo o impacto da revolução tecnológica em que, cada vez mais, os trabalhadores estão desempregados, e, por conseqüência, na área dos supermercados, implantam sistemas de trabalho que fazem com que o próprio comprador acabe tendo um papel que é da própria empresa. Faço rancho no Carrefour e tenho que levar minha família para me ajudar a empacotar o que comprei, porque a operadora passa os produtos pela leitura e os produtos vão ficando amontoados, esperando que o comprador se vire para empacotar, o que deve estar até computado no valor do produto que ali é vendido.

Portanto, penso que o Projeto do Ver. Antônio Losada tem uma grande importância, tanto no aspecto do desemprego quanto no nosso direito como consumidores e cidadãos, pois estamos pagando a mercadoria e precisamos de um atendimento de qualidade.

 

O Sr. Antônio Losada: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Renato Guimarães, pelo seu contato com as comunidades e a periferia de nossa Cidade, tem a compreensão perfeita do que significa a prestação de serviços em uma empresa como um supermercado. Portanto, caso permitamos isso que está ocorrendo no supermercado, nós vamos substituir as tarefas dessas grandes redes de supermercados, que têm que facilitar a vida dos consumidores e não dificultar. Não é suficiente os preços nas gôndulas em miniatura, a falta de leitoras óticas, os segredos dos códigos de barra? Ainda nós temos que prestar esse serviço, que é da incumbência, é tarefa dos supermercados?

Eu agradeço o seu apoio e não poderia ser diferente a sua posição, tendo em vista o comprometimento que V. Exa. tem com essa massa de consumidores. Muito obrigado.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Ver. Antônio Losada, foi boa a lembrança de outro Projeto de sua autoria, que é sobre o código de barras. Esta Casa, nós Vereadores, principalmente alguns Vereadores, não tiveram coragem de, no momento certo, enfrentar o debate do Projeto do Ver. Antônio Losada que tratava dos códigos de barras. Hoje, ainda estamos vivendo, em alguns supermercados, esse problema. Instalaram, Ver. Pedro Américo Leal, as tais máquinas para os consumidores fazerem a leitura; em alguns supermercados, a grande maioria não funciona. Os consumidores se deparam no caixa em alguns momentos, com problemas tecnológicos: tal barra não está certa; se um produto era dois reais, faz a leitura de quatro, de cinco reais. Portanto, também proponho que o seu Projeto que trata da questão do código de barras, da etiqueta com valor da mercadoria, seja trazido a Plenário para que a gente enfrente esse debate e delibere.

E, para finalizar, gostaria de registrar que nós temos que ter cuidado, quando fazemos a leitura de um Projeto nesta Casa, de ver a questão da sua legalidade e o impacto nos direitos do cidadão. E esse Projeto, fazendo a leitura do direito do consumidor, é um Projeto que esta Casa tem que acatar e tem que encaminhar. Não é entrar na livre iniciativa dos comerciantes, porque onde está a minha livre iniciativa, onde está o meu direito de consumidor de ir ao supermercado e ser atendido pelo valor da mercadoria que estou pagando? Isso não acontece. O Projeto do Ver. Antônio Losada cumpre esse papel e é importante. Tenho certeza de que a Casa vai dar prioridade a esse debate, vai destacar e vai votar. Isso é importante. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Gostaríamos, com muito prazer, de anunciar o aniversário da Márcia Regina Schwertner, Chefe da Sessão de Registros de Anais desta Casa. (Palmas.) Parabéns pelo seu trabalho, muitos anos de vida, felicidades. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Requerimento de autoria do Ver. Adeli Sell, solicitando que seja invertida a ordem de apreciação dos Projetos constantes na Ordem do Dia, passando-se a apreciar, em primeiro lugar, dois Requerimentos: o Requerimento nº 170/99, de autoria do Ver. Gilberto Batista, e o Requerimento nº 180/99, de autoria do Ver. Adeli Sell. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

(Obs.: Foram aprovados os Requerimentos constantes da Ata.)

 

Voltamos à ordem dos trabalhos.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Senhor Presidente, não conseguimos apresentar a todo o conjunto dos Vereadores. Estamos apresentando uma proposta de Ordem do Dia, que trata de Projetos sem polêmica, nomes de ruas, declaração de utilidade pública, que são os Projetos: Projeto de Lei do Legislativo nº 092/98; Projeto de Lei do Legislativo nº 149/98; Projeto de Lei do Legislativo nº 159/98; Projeto de Lei do Executivo nº 001/99; Projeto de Lei do Legislativo nº 036/99; Projeto de Lei do Executivo nº 008/99; Projeto de Resolução nº 016/99; Projeto de Resolução nº 017/99.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Renato Guimarães. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05 minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1957/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 092/98, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que declara de utilidade pública a Sociedade Beneficente Afro-Brasileira Reino de Ogum e Mãe Jurema.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 92/98. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05 minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2980/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 149/98, de autoria do Ver. Antônio Losada, que denomina Rua Floriana da Rosa um logradouro irregular localizado no Bairro Camaquã.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 149/98. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação a dispensa do envio para parecer das Comissões Permanentes da Emenda nº 2 aposta ao PLL nº 159/98. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05 minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3130/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 159/98, de autoria do Ver. Paulo Brum, que obriga as empresas de transporte coletivo rodoviário do Município de Porto Alegre a fixarem em seus ônibus aviso de indenização por danos pessoais aos passageiros vítimas de acidente. Com Emendas nºs 01 e 02.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da COSMAM. Relatora Verª Sonia Saraí: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 159/98. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queremos fazer o registro da necessidade da regulamentação do Projeto que obriga as empresas de transporte coletivo rodoviário do município de Porto Alegre a fixarem em seus ônibus aviso de indenização por danos pessoais aos passageiros vítimas de acidente.

Relato o caso de uma senhora de idade, que num acidente banal quebrou uma perna e, não sabendo desse direito, - ela quebrou a perna dentro do ônibus, - durante dois meses sofreu imensas dificuldades, porque trabalhava por conta própria. Esse acidente se constituiu num gigantesco problema na vida dessa senhora. Numa reunião soubemos do caso e encaminhamos a sua situação para a Empresa; ela levou os boletins do Pronto Socorro, todos os documentos comprovando o que tinha ocorrido e ela está tendo seu direito garantido.

(Lê a Emenda nº 2.) Essa Emenda é uma adequação à escrita do Projeto. Elas são, na verdade, proposições no sentido de adequar o Projeto; portanto, os pareceres são favoráveis e é do entendimento da nossa Bancada que esse Projeto vem para contribuir com o direito do usuário do transporte público de Porto Alegre.

 

O Sr. Paulo Brum: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) É bom nós destacarmos que é uma Lei Federal de 1974. Na verdade, o que estamos fazendo é esclarecer o público, porque muitas vezes as coisas não acontecem por falta de informação. Trazemos essa informação às pessoas dos direitos que, muitas vezes, existem e elas não sabem que têm. Essa é a nossa preocupação.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: A outra Emenda apresentada pela nossa Bancada também trata da ampliação desse direito, ampliando para a Lei do Transporte Coletivo Rodoviário, para todo o transporte público da Cidade de Porto Alegre, transporte escolar, táxi, táxi-lotação, no sentido de que todo usuário desse sistema possa ser beneficiado por essa legislação que já existe há muito tempo em âmbito federal e que precisava ser mais divulgada em Porto Alegre.

Portanto, encaminhamos favoravelmente, acreditamos que é o consenso da Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Cyro Martini está com a palavra para encaminhar pela Bancada do PT.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, se há um Projeto que todos temos que apoiar, praticamente sem discutir, é esse.

O Projeto proposto pelo Ver. Paulo Brum é de extraordinário valor para os munícipes. De fato, as pessoas feridas, machucadas, lesionadas em acidentes de trânsito, via de regra, ainda desconhecem esse seguro que lhes permite uma indenização; também no caso fatal ocorre o direito ao seguro. Essa ignorância da lei inclusive facultou a espertos tomarem o direito daqueles que realmente o tinham e ficarem com o dinheiro.

Assim, divulgando através do transporte coletivo de Porto Alegre, plenamente, que a pessoa lesionada em acidente de trânsito tem direito a um seguro, tomando conhecimento disso, os cidadãos, as cidadãs habilitam-se a exigir a indenização devida. O desconhecimento da Lei, não apenas neste aspecto, mas em outros pertinentes ao trânsito, acaba prejudicando, sobremodo, o cidadão.

O novo Código de Trânsito Brasileiro, ainda é desconhecido, ainda não é do pleno domínio nos seus diversos dispositivos, no que diz respeito às suas diversas prescrições. Em função desse desconhecimento, o cidadão termina perdendo, em favor de direitos que ele tem, diversas prerrogativas previstas em lei e assim, através desta divulgação, nos ônibus, o cidadão vai tomando ciência desse direito que possui. Assim também deveríamos proceder em relação ao Código de Trânsito de um modo geral. Levar ao cidadão pleno conhecimento sobre a matéria.

Na área da administração do trânsito, hoje, vê-se, com clareza, que há uma execução plausível, sob o ponto de vista dos aspectos pertinentes à fiscalização e à penalização. Com relação a isso não temos nada a declarar, a dizer. O órgão público, seja do Município, do Estado ou da União está cumprindo com o seu papel.

Com relação à engenharia de trânsito, cada vez mais, os nossos especialistas e as obras se acomodam melhor, de maneira a oferecer condições mais adequadas para a segurança no trânsito.

Sob o ponto de vista da educação para o trânsito, seja sob o aspecto da informação, da formação, seja a transformação, mas aqui, situando mais na informação, na divulgação de dados de caráter útil com relação aos direitos que têm o cidadão de recorrer, desde a defesa prévia, que pode ser exercida logo após a autuação, o conhecimento da autuação. Desconhecendo isso aí, o cidadão não recorre muitas vezes em tempo e não se vale de um direito previsto na Lei que lhe faculta exercer um direito, e não sabendo que o efeito suspensivo permite a ele pagar o IPVA, ou licenciar o carro, ele fica prejudicado muitas vezes e até sujeito a tomar uma multa de valor expressivo por desconhecer um direito seu.

Por isso nós temos que aplaudir o Ver. Paulo Brum, ao apresentar esta proposta permitindo que se divulgue amplamente nos ônibus o direito que têm os nossos munícipes se lesionados, não apenas nos ônibus mas em qualquer circunstância no trânsito. Eu até sugeriria que o Ver. Paulo Brum apresentasse uma outra proposta no sentido de divulgar plenamente todos os outros aspectos pertinentes ao trânsito. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Obrigado Ver. Cyro Martini. Com a palavra o Ver. Elói Guimarães para encaminhar.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a iniciativa do Ver. Paulo Brum tem o conteúdo de publicização da Lei, do Direito. Há um Princípio em Direito que diz que “não é dado a ninguém o argumento de que ignora a Lei”. Mas nós sabemos da realidade, que a maioria das pessoas desconhecem os seus direitos, por razões que não vêm ao caso e uma delas é a falta de uma ampla difusão no sentido de chamar a atenção das pessoas, que naquelas tais e quais circunstâncias ela tem determinados direito.

É bom que se diga, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que a responsabilidade objetiva do Estado, hoje, está consagrada nos mais diferentes textos de Lei, Leis Ordinárias e no próprio Código Civil que estabelece a responsabilidade. Aquele que causar dano a terceiro é obrigado, no campo civil, a indenizar, enfim, a recompor os danos sofridos. E especificamente em nosso País, a responsabilidade do Estado, Ver. Paulo Brum, é objetiva. O que isto significa dizer? Significa dizer que em todo e qualquer dano causado pela autoridade, basta a análise objetiva, não se discute aspectos subjetivos, se tinha ou não razão, o causador do dano. Vejam como, no País, nós avançamos em matéria de responsabilidade civil do Estado, no sentido de assegurar a responsabilidade objetiva, fazendo com que a pessoa seja indenizada independente dos fatores que determinam o evento que determina o dano. Nesse sentido, trata-se de um bom Projeto que chama a atenção sobre os direitos do cidadão, mormente num dos instrumentos por onde passa a população.

O ônibus é o condutor da população, é onde a população pode tomar conhecimento de uma série de informações, através da publicidade. Então, é um Projeto que diz com a publicização, não diz com o Direito, que este já está instituído, e no Direito Brasileiro,  a responsabilidade do Estado é objetiva, não se discute se tem ou não razão, o Estado é obrigado a indenizar. O Sistema de Transporte Coletivo é uma permissão do Poder Estatal,  automaticamente, estende-se essa responsabilidade objetiva à empresa. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fica aqui a nossa manifestação favorável à iniciativa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 159/98.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, brincando, no início da Ordem do Dia, eu disse que eu queria o dia da ordem, por certo, não é hoje o dia da ordem. Se ter leis e mais leis favorecesse a Cidade, Porto Alegre seria o paraíso. Hoje, na Pauta, havia 48 Projetos de Lei e, na Ordem do Dia, umas três dezenas. Então, foi acertado que não se faria discussão nem encaminhamento, porque não há o que discutir.

O Projeto do Ver. Paulo Brum é brilhante, tem o meu apoio e não há por que discuti-lo. Ponha-se em prática. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra a Vera. Clênia Maranhão, para encaminhar pelo PMDB.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Senhoras Vereadoras, Senhores Vereadores.

Seguindo o mesmo raciocínio dos Vereadores que me antecederam quero-me colocar favorável à proposta do Ver. Paulo Brum que, através deste Projeto de Lei, obriga as empresas de transporte coletivo do Município de Porto Alegre a fixarem nos ônibus aviso sobre indenização por danos a passageiros vítimas de acidentes. Na verdade, o Projeto cria a possibilidade de um maior conhecimento, por parte da população usuária do transporte coletivo, sobre um direito que já lhe é assegurado desde 1984, através de Lei Federal. Porém, muitas leis deste País não saem do papel por desconhecimento dos usuários, dos consumidores que, desconhecendo seus direitos, acabam não exercendo o seu poder de pressão para a garantia da Lei. Esse Projeto cumpre o papel de dar publicidade a esse direito, de dar instrumentos para que os usuários garantam o direito conquistado na Lei.

Tem Emenda ao Projeto, não é ao seu conteúdo, é apenas uma retificação da ementa, que visa à correção e à unificação da terminologia adaptada às leis adotadas em nosso Município. É apenas para que o Projeto não venha a ser derrotado, ou não sancionado, por essa contradição.

O Projeto tem um caráter social importante e tem a função de dar publicidade a um direito para uma grande parcela da população que, por suas condições de vida, por excesso de jornada de trabalho, tem dificuldades de acesso à informação, e não tem a possibilidade de conhecer o conjunto das leis deste País. É um Projeto que trabalha com a população que mais necessita de informação. É uma iniciativa extremamente simples, mas que pode trazer para a vida das pessoas um resultado extremamente positivo. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum está com a palavra para encaminhar, como autor o PLL nº 159/98.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, em rápidas palavras, só para dar ciência à população do que nós queremos com este nosso Projeto. Projeto que obriga as empresas de transportes coletivos e rodoviários, no Município de Porto Alegre, a fixarem em seus ônibus aviso de indenização por danos pessoais aos passageiros vítimas de acidentes.

Com a Emenda do Ver. Guilherme Barbosa estamos ampliando a todo o transporte coletivo público do Município de Porto Alegre, os táxis, as lotações, transportes escolares, enfim, tudo o que vier a transportar passageiros em Porto Alegre. Diz: (Lê, na íntegra, o Art. 1°. )

O que nós colocamos é que: há vinte e quatro anos vigora a Lei Federal n° 6.194 de l9 de dezembro de l974, que dispõe sobre seguro obrigatório. (Lê.) No entanto, a maioria da nossa população desconhece esse direito. Muitos usuários do transporte coletivo foram vítimas de acidente de trânsito e não foram beneficiados por seguro.

Esta proposição, portanto, Sr. Presidente, visa a tornar publico os direitos decorrentes da Lei Federal já citada, através de avisos afixados nos ônibus, e outros, no Município de Porto Alegre.

Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós pedimos o voto favorável ao Projeto e também para as Emendas nºs 01 e 02. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 159/98.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Nós acabamos de ouvir uma exposição feita pelo autor Ver. Paulo Brum, que detalha os objetivos do seu Projeto, onde obriga as empresas de transporte coletivo rodoviário do Município de Porto Alegre a fixarem em seus ônibus avisos de indenizações por danos pessoais aos passageiros vítimas de acidentes. Este Projeto, Sr. Presidente, teve uma regular tramitação nesta Casa, inclusive mereceu Parecer favorável de todas as Comissões nas quais tramitou. Quando passou na Comissão de Justiça, ao aprovar o parecer do Ver. Guilherme Barbosa, nós colocamos restrições quanto ao mérito, numa medida que nos permitiria vir neste momento a discutir a proposição, a encaminhá-la, esclarecendo quais as restrições que em princípio nós tínhamos quanto ao mérito da proposição. Aliás, o Ver. Guilherme Barbosa enquanto relator da Comissão, aditou o seguinte: “Ficam as empresas de transporte coletivo rodoviário, transporte escolar, táxi e táxi-lotação operantes do Município de Porto Alegre obrigados a fixarem em seus veículos avisos de indenizações por danos pessoais a passageiros vítimas de acidentes.” Não quero ter a veleidade de dizer que essa Emenda decorre das discussões que tivemos na Comissão de Justiça, mas era uma das restrições que eu tinha na ocasião do porque não ter uma maior abrangência essa proposta do Ver. Paulo Brum, que leva a marca do Ver. Paulo Brum, que sempre traz propostas simples para a Casa e que tem um objetivo muito claro.

Vão dizer que a indenização a que os passageiros têm direito está há muito tempo inserida no Código Civil. Agora, com o desenvolvimento da teoria da responsabilidade objetiva, está mais claro ainda esse problema. O objetivo não é inovar no Código de Processo, não é inovar no Código Civil. O que me parece ser o objetivo do autor, e ele ainda acaba de ressaltar esse aspecto, é divulgar essa situação, alertar a população, a cidadania, Ver. João Dib, sobre as prerrogativas de direito que ela têm e que acabam não usando.

O Ver. Pedro Américo Leal, que é o nosso experimentado Parlamentar, sempre diz que as coisas simples são boas.

Nós estamos precisando é de coisas simples, Ver. João Dib, coisas complicadas já há demais, vamos simplificar, invertendo esse processo. Existem pessoas que têm por objetivo complicar, outras têm por objetivo simplificar.

O Ver. Paulo Brum tem por objetivo simplificar.

É muito fácil colocarmos nos ônibus, nos táxis-lotações e nos transportes escolares esse aviso, alertando as pessoas de que elas têm seus direitos para serem utilizados na hora de um desastre ou numa situação desagradável.

A maioria dos cidadãos não sabe disso, pois nem sabe da existência do Código Civil, muito menos de que seus direitos estão ali escritos.

Faz bem V. Exa. Mais uma vez, venho lhe prestar esta homenagem aqui, Ver. Paulo Brum. Vereador das coisas simples, mas conseqüentes, importantes para a Cidade e importantes para o homem comum, que é simples também.

Então, para as pessoas simples, uma legislação simples, clara, como quer o Ver. João Dib, bem clara. Tão clara, que será colocada nos ônibus e nos lotações.

 

Meus parabéns, Ver. Paulo Brum, acredito que a Casa votará em massa com V. Exa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL 159/98. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 1 e Emenda nº 2 ao PLL 159/98. Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05 minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0155/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 001/99, que revoga a Lei nº 7514, de 07 de outubro de 1994, que dispõe sobre a criação do Fundo Municipal de Apoio às Atividades de Segurança, Controle e Fluidez do Trânsito – FUNTRAN. Com Mensagem Retificativa.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto e da Mensagem Retificativa;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto; Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação da Mensagem Retificativa;

- da CUTHAB. Relator Ver. Antônio Losada: pela aprovação do Projeto e da Mensagem Retificativa;

- da COSMAM. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto e da Mensagem Retificativa.

 

O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Em discussão o PLE nº 001/99. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, especialmente Ver. Paulo Brum, nós nos queremos congratular com o Ver. Paulo Brum a respeito do seu Projeto de Lei, que dispõe sobre a publicação, nos ônibus, dos direitos dos passageiros.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Cláudio Sebenelo, creio que lhe passaram outro Projeto, não o que está em discussão. Solicito aos srs. funcionários que passem ao Ver. Cláudio Sebenelo o Projeto que está em discussão.

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, eu é que estou errado. Peço desculpas.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. está se penitenciando, tendo já assumido que houve um pequeno problema de comunicação.

Em discussão o PLE nº 001/99. (Pausa.) Não havendo que o queira discutir, encerramos o período de discussão. Em votação o PLE nº 001/99.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que nós votamos agora é o Projeto que revoga a Lei de nº 7514, Ver. Elói Guimarães, de sete de outubro de mil novecentos e noventa e quatro, que dispõe sobre a criação do Fundo Municipal de Apoio às Atividade de Segurança, Controle e Fluidez do Trânsito - FUNTRAN. Diz o artigo primeiro: “Fica revogada a Lei 7.514 de 7 de 10 de 1999, que dispõe sobre a criação do Fundo de Apoio às Atividades de Segurança, Controle e Fluidez do Trânsito - FUNTRAN. A justificativa do Sr. Prefeito Municipal diz que: “Considerando a promulgação da Lei 9.503, de 23 de 09 de 1997, que instituiu o novo Código de Trânsito Brasileiro, e tendo em vista que o recente diploma legal preceitua o exercício de fiscalização de trânsito pelos Municípios, através do artigo nº 24, faz-se mister a revogação da Lei nº 7.514, uma vez que, com a implantação da Empresa Pública de Transporte e Circulação - EPTC, a qual fica responsável pela fiscalização de trânsito do Município de Porto Alegre nos termos do artigo nº 10 da Lei de nº 8138/98, torna-se desnecessária a existência do referido Fundo”.

O Ver. Pedro Américo Leal esclareceu no seu parecer na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, dizendo o seguinte: “O Projeto de Lei em questão visa a revogar a Lei 7.514 de 1994, que dispõe sobre a criação do FUNTRAN.” Esclarece que: “Diante da criação da Empresa Pública de Transporte e Circulação - EPTC, torna-se desnecessária a existência do referido Fundo”. Eu quero que o Ver. Cyro Martini atente para as circunstâncias de que estamos extinguindo o CONTRAN, pois na opinião do Executivo, V. Exa. que é versado na matéria, ficou desnecessário com a criação da EPTC. Agora, tem essa polêmica se a EPTC pode ou não fiscalizar. Relativamente ao FUNTRAN, entende o Executivo que não há mais razão de existência, porque com a EPTC este assunto está equacionado por outra forma e embasado na Lei Federal que institui o Código Brasileiro de Trânsito.

Tem razão ou não o Executivo Municipal, Ver. Elói Guimarães? Toda a vez que se quer tirar uma lei, desentulhar o mundo jurídico da Cidade, em princípio é bom, chega de tantas leis, se tem leis inócuas vamos revogá-las. Mas, quero a palavra do Ver. Cyro Martini e do Ver. Elói Guimarães para votar tranqüilamente esta matéria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Cyro Martini para encaminhar a votação do PLE nº 001/99.

 

O SR. CYRO MARTINI: Em virtude de prescrição inserida na Constituição Estadual, os valores arrecadados em razão das multas aplicadas aos infratores do trânsito foram integralmente transferidos para os Municípios. Uma multa aplicada em Porto Alegre pela Brigada Militar, ou melhor, uma multa resultante de autuação aplicada pela Brigada Militar em Porto Alegre, ia para os cofres do Município. Em Viamão para Viamão, e assim sucessivamente.

Os valores das multas iam integralmente para os cofres do Município. E nesse sentido, até de certo modo, com o novo Código Brasileiro de Trânsito, o Município saiu perdendo, porque hoje ele não fica com 100% das multas e ainda tem que pagar todos os serviços pertinentes à fiscalização, à autuação e à aplicação de multas.

O FUNTRAN, o fundo de reequipamento, foi criado na gestão do Prefeito Tarso Genro. Pelo FUNTRAN, o DETRAN, então da Polícia Civil, e a Brigada Militar recebiam um percentual significativo de recursos - 15 % para a Brigada e 15% para a Polícia Civil - para desenvolver as atividades pertinentes ao trânsito. A Brigada Militar chegou a receber meia-dúzia de motos potentes e outros recursos oriundos desse FUNTRAN, assim como o DETRAN também saiu beneficiado. Aliás, en passant eu sempre digo que, quando o dinheiro começou a aparecer no DETRAN, eles o tiraram da Polícia Civil, pois o DETRAN lidou com multas e nunca ganhou um centavo. As multas tiveram que passar para o Município para que o Prefeito Tarso Genro, reconhecendo isso, destinasse um percentual ao DETRAN. E depois começaram a vir também verbas federais. Com isso o DETRAN começou a enxergar algum recurso e, em razão disso, a Polícia perdeu o DETRAN, porque a “vocação franciscana” da Polícia é impressionante. Temos que ser até irônicos nesse sentido, porque nunca o DETRAN enxergou um tostão e, quando enxergou, tiraram-no da Polícia.

O FUNTRAN não tem mais finalidade hoje, porque os serviços de trânsito, em grande parte, foram transferidos integralmente para o Município e as multas não são repassadas integralmente ao Município; ficam também para o Estado. Parte dos serviços são prestados pelo DETRAN, sendo que à Brigada Militar é destinada parte da arrecadação em razão de autuações e de multas resultantes, aplicadas pela Brigada. Por isso não há porque manter-se a Lei pertinente a esse Fundo, porque ele hoje não tem mais razão de ser. É apenas um procedimento burocrático e administrativo, destinado a extinguir uma Lei que já não tem mais sentido. Portanto, vamos votar a favor da proposta do Executivo Municipal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar a matéria.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu entendo que as intervenções dos Vereadores Reginaldo Pujol e Ver. Cyro Martini, pelo conteúdo das mesmas, dispensariam a intervenção de outros Vereadores, e deste Vereador também, porque deixam bem claras as alegações e sustentações, as razões pelas quais se faz imprescindível a extinção do Fundo, posto que o Código Nacional de Trânsito provocou as alterações que o Movimento Municipalista, no qual eu me incluo e me inclui, conseguiu que é exatamente trazer para o Município uma série de competências.

Penso que os municipalistas brasileiros tiveram grandes avanços nessa área, evidentemente que precisamos reivindicar para o Município mais recursos.

Os Municípios, é bem verdade, tiveram distribuições de renda com a Constituição de 88, mas passaram a ter grandes responsabilidades para atender aos interesses da comunidade.

Então, nós temos que travar uma luta nesta Casa para que o Município de Porto Alegre, e de resto outros Municípios, tenham recursos para fazer frente aos seus grandes objetivos, porque a realidade é o Município mesmo, temos dito isso.

O Estado, a União são ficções, são competências que incidem nas áreas concretas que são os Municípios, o Município é a realidade. As grandes questões estão exatamente nos Municípios.

Essa iniciativa do Executivo extinguindo o Fundo, ela é mansa, é indiscutível posto que não tem mais razão para se ter esse fundo para repassar para a Brigada, DETRAN e Polícia Civil os recursos, já que a responsabilidade, a competência e a ação são do Município. São recursos que devem entrar na receita do Município, na receita da EPTC. Fica aqui a nossa manifestação no sentido de dizer que se trata de um Projeto que põe ordem na legislação, vai limpando a legislação municipal. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Apregoamos o Projeto de Resolução nº 48/99, Processo nº 2676/99 de autoria da Vera. Maristela Maffei, que modifica o artigo 220 da Resolução nº 1178, de 16 de junho de 1992, e alterações posteriores.

O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o PLE nº 001/99.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu falava, no início, brincando, da Ordem do Dia e do dia da ordem. Sessenta páginas, de bom papel, e que vou usar, sem dúvida nenhuma, para levar a uma escola para que os alunos possam escrever no verso. São quase sete meses e meio que este importante Projeto tramita nesta Casa, e, dada sua importância e clareza, o Prefeito coloca em um terço de página a sua Exposição de Motivos. E como diria o Ver. José Valdir, difícil mesmo é entender o simples, e é tão simples que, no momento em que entrou aqui, deveríamos ter dito - sim, devolve e começa a fazer a coisa corretamente. Mas esta Casa precisa discutir intensamente, oito meses quase, milhares de folhas impressas, oito meses, e, de repente, criamos cargos sem maiores discussões. Agora, este que não precisava ser discutido, nós vamos discutir muito tempo, devo ser o último, talvez, não sei se alguém mais vai encaminhar, mas tudo bem. Agora, criamos cargos, criamos uma série de medidas e não nos pronunciamos.

O Prefeito e o Vice-Prefeito vão viajar os dois no mesmo dia, deixando a lei que deveria abrir os bancos das 9h da manhã às 17h entregue ao autor da lei. Não seria inadiável a ida do Prefeito, do Vice-Prefeito, votamos num Prefeito e num Vice-Prefeito para não ter um substituto quando necessário. Temos uma Emenda à Lei Orgânica proposta pelo Ver. Elói Guimarães para que, no impedimento do Prefeito, do Vice, do Presidente da Câmara, o Procurador-Geral do Município possa responder pelo expediente da Prefeitura, o que é absolutamente correto. Por que se o Prefeito viaja, neste mês, pela terceira vez, vai viajar o Vice-Prefeito também, quando o Prefeito não está, o Procurador-Geral do Município poderia ir à Brasília receber as duas diárias e meia lá, e voltar com o prêmio - parece que a Prefeitura vai receber, não sei exatamente o quê, porque não foi esclarecido muito bem na comunicação do Senhor Prefeito -. Está correto, mas não precisava ir o Vice-Prefeito, poderia ir o Procurador-Geral do Município, ou o Secretário da Secretaria correspondente, Secretário do Governo, não sei.  Isso nós não discutimos, nós vamos discutir o óbvio, o simples, aquilo que já está determinado na Lei Maior, isso nós vamos discutir, vai aparecer na televisão, vamos fazer belíssimos pronunciamentos, mas está escrito aqui, não precisa fazer nada.

É tão importante a matéria, há tantas páginas aqui, mas o Prefeito gastou, e, gastou sensatamente, corretamente, 1/3 de páginas para fazer a sua Exposição de Motivos. Que projeto maravilhoso. Eu espero que um dia chegue, não a Ordem do Dia, que acontece nas segundas, quartas e sextas-feiras, mas chegue o dia da ordem e possamos trabalhar produzindo mais para esta Cidade. É brincadeira, oito meses para dizer sim ao Senhor Prefeito, deveríamos ter dito na hora em que entrou. As Comissões Conjuntas se reuniriam e poderíamos dizer que podem levar porque é para o bem da Cidade, não tem nenhum problema, votamos uma lei anterior criando a EPTC, então coloca tudo lá, está certo, não tem mais razão de ser isso aqui, mas nós vamos discutir, nós vamos fazer no aguardo do dia da ordem. Saúde e paz.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLE nº 001/99. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Mensagem Retificativa aposta ao PLE nº 001/99. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Passaremos para o PLL n.º 036/99.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, como essa é uma matéria que depende de quórum privilegiado, chamo a atenção para o fato de que visivelmente não há quórum.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Reginaldo Pujol, agradeço a V. Exa. pela sensibilidade de verificar que não há quórum. Mesmo que essa fosse uma matéria de lei ordinária, que exige 17 votos para ser votada, também não haveria quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 12h23min.)

 

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